Crise trava aumento do custo de vida em 2005 - TVI

Crise trava aumento do custo de vida em 2005

Portugueses ainda não sentiram melhorias na carteira

Os portugueses estão mais moderados nas compras. O Governo pediu um aperto de cinto, e os consumidores reagiram de acordo com as contingências do momento. Com menos dinheiro para gastar e menos procura, os comerciantes estão também mais comedidos nos preços.

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Por isso mesmo, a inflação este ano deverá ser de 2,3%, exactamente a mesma média que foi registada até Novembro. Apesar de o mês do natal ser, habitualmente, um mês de preços mais altos, este ano «não há propensão ao consumo, devido à conjuntura», disse Jorge Ferraz, do IMF, à Agência Financeira.

Os economistas parecem, de resto, unânimes quanto à inflação média deste ano, uma vez que também Teresa Gil Pinheiro do BPI e Rui Constantino do Santander Negócios apontam para os 2,3%. «Para que esta média subisse com os dados de Dezembro, que é o único mês que falta, era preciso que, nesse mês, os preços subissem 0,7 a 0,8%», explica este último analista.

Os números da inflação em Novembro não surpreenderam os analistas. Tanto Jorge Ferraz como Teresa Gil Pinheiro esperavam a subida de 0,5% nos preços em termos mensais, e apenas Rui Constantino esperava uma subida menor, de 0,3%, porque esperava um «efeito da gripe das aves no preço da carne, que não se verificou».

De resto, o aumento de preços no vestuário, típico da época devido às colecções de Inverno, e a subida do preço dos transportes, há muito anunciada, estavam já nas previsões, tal como a queda do preço dos combustíveis.

Analistas estimam inflação de 2,3% em 2006

Para 2006, os analistas são menos consensuais em termos de previsões. Em média, a expectativa aponta para os 2,3%.

O mais optimista é o responsável do IMF, que aponta para um intervalo de 1,9% a 2,1%. Um intervalo que, admite, pode vir a ampliar-se durante 2006 para depois se ir novamente estreitando a partir de meados de 2006.

Teresa Gil Pinheiro, por seu lado, aponta para uma taxa de 2,2%, e Rui Constantino, mais pessimista, para os 2,6%, devido a «algum efeito desfasado do aumento do IVA.

Recorde-se que a previsão oficial do Governo, em termos de taxa de inflação para o ano que vem é de 2,3%.
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