Delphi encerra fábrica do Linhó e coloca 350 postos de trabalho em causa

A Delphi, empresa norte-americana de fabrico de componentes, vai encerrar a unidade fabril que tem no Linhó, perto de Sintra. A fábrica empregava 350 pessoas, que têm agora os seus postos de trabalho ameaçados.

Segundo a própria empresa, não se trata de mais um processo de deslocalização para um qualquer país do leste ou asiático, de mão-de-obra mais barata, casos já frequentes no nosso País, mas sim de uma quebra de actividade, que leva o grupo a concentrar a sua actividade produtiva nas unidades que também tem em Castelo Branco e Guarda.

«Em consequência da forte redução de actividade sofrida pela Fabrica do Linhó, a Delphi é forçada a proceder à consolidação da sua actividade de produção de cablagens nas Fabricas de Castelo Branco e da Guarda, procedendo ao encerramento da Fabrica do Linhó», refere em comunicado.

Quem não está satisfeito com a situação é a comissão de trabalhadores, que acusa a empresa de os ter apanhado «desprevenidos». É que só esta manhã os funcionários começaram a receber cartas de aviso sobre o encerramento da fábrica para a semana que vem. Este foi, de resto, o prazo dado pela empresa para a rescisão dos contratos com os trabalhadores, dizem.

Já a Delphi, assegura que «esta é a solução possível para garantir a manutenção da actividade de cablagens da Delphi em Portugal», e acrescenta que «a empresa vai disponibilizar para os trabalhadores directos efectivos da Fabrica do Linhó, um emprego alternativo nas Fabricas do Grupo em Castelo Branco, Guarda e Seixal, de acordo com as disponibilidades de cada unidade».

Para a empresa, trata-se de conseguir uma «optimização da estrutura produtiva existente que permitirá assegurar uma melhor competitividade para esta actividade em Portugal, por via das sinergias oferecidas pela proximidade destas duas unidades e da optimização logística que as mesmas permitem».

A Delphi admite estar consciente de que «esta não é uma situação fácil, mas está também disponível para tentar minorar o impacto negativo da mesma, sobretudo junto dos trabalhadores da fábrica do Linhó, encontrando soluções que suportem os trabalhadores afectados por esta situação».