Espanhóis ganham mais 30% que os portugueses - TVI

Espanhóis ganham mais 30% que os portugueses

Espanhóis ganham mais 30% que os portugueses

O salário líquido português é o mais baixo entre 13 dos 15 países da União Europeia, excluindo os novos aderentes. Uma análise da consultora Deloitte demonstra que, em média, um português que trabalhe numa empresa com dez ou mais pessoas leva para casa metade do salário líquido de um francês.

Isto apesar de o custo global do trabalho português - com impacto no vencimento «limpo» - continuar a aumentar (mais 1,7% em 2004), como foi reportado, ontem, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No final de 2004, em Espanha, o salário líquido médio era 30% superior ao português. A diferença é mais expressiva quando se sabe que os preços pagos pelos consumidores crescem mais em Portugal que no país vizinho. Em 2003, e de acordo com o anuário estatístico, os preços da maior parte dos produtos, em Portugal, aumentaram em média 3,3%, contra 2,6% em Espanha.

Comparando com a Grécia, um trabalhador daquele país ganhava mais cinco mil euros por ano - sensivelmente o mesmo que um habitante da ilha de Chipre, que aderiu à União Europeia há menos de um ano. Da Europa a 15, o estudo deixou de fora a Áustria e a Holanda.

Cada trabalhador português ganhava, em média, 11.771 euros por ano, indica a Deloitte, o que compara com os 16 699 de Espanha ou os quase 24 mil de França. O primeiro lugar dos salários mais elevados é ocupado pela Alemanha.

No cômputo geral, os custos do trabalho em Portugal são, também, dos mais baixos da Europa a 15, o que continua a justificar a existência em Portugal de empresas interessadas em explorar mão-de-obra barata. Mas quando se olha para a Europa a 25, vê-se que o custo do trabalho é bastante inferior. Não é, pois, de estranhar que cada vez mais empresas escolham instalar-se nesses países.

Em Portugal, um casal em que apenas um dos cônjuges trabalhe e com dois filhos, paga 689 euros por ano de impostos sobre o trabalho. A Segurança Social recebe 1540 euros dos trabalhadores e 3325 euros da entidade patronal. No total, o trabalho custa 17 325 euros.

Na maior parte das profissões, em 2004, o custo de trabalho aumentou, sobretudo nos trabalhadores não qualificados, nos serviços e vendas e nos profissionais de nível intermédio. Já a maior descida (ou seja, onde o trabalho ficou mais barato) deu-se nas profissões intelectuais e científicas. Esta evolução é ainda mais expressiva atendendo apenas ao último trimestre do ano. Por regiões, só no Algarve houve uma descida do custo, enquanto que a maior subida (2,6%) aconteceu na Madeira. A região Norte ficou em linha com a média nacional.
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