José Sócrates diz que abstenção é o principal adversário do PS

Falando no início do jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS, José Sócrates avisou os deputados socialistas sobre a necessidade de se encarar a próxima campanha eleitoral «sem triunfalismo» e «sem arrogância», porque «em democracia não há certezas de vitória».

«O nosso objectivo central na campanha eleitoral é recuperar a confiança dos portugueses, sobretudo dos cidadãos desiludidos com a política, após tantas promessas que não foram cumpridas», disse.

Segundo o secretário-geral do PS, «o principal adversário do partido nas próximas eleições chama-se abstenção e só há uma forma de combatê-la, que é centrar a mensagem na resposta aos problemas dos portugueses».

Antes, José Sócrates acusara «os partidos da velha maioria de andarem a dar um espectáculo nos últimos dias discutindo a forma de perderem o mínimo de votos possível».

«PSD e CDS apenas discutiram cenários de derrota: o que deve o Presidente da República, Jorge Sampaio, se o PS for o partido mais votado e como votar os orçamentos de um Governo do PS», apontou.

«O Presidente da República já dissolveu a Assembleia da república há 15 dias, e o PSD e CDS ainda andam neste folhetim», observou o líder socialista, antes de argumentar que esta estratégia de Paulo Portas e Pedro Santana Lopes tem um objectivo.

«Enquanto discutem o que fazer em caso de derrota, eles [PSD e CDS] querem evitar que sejam julgados por terem criado 500 mil desempregados, por terem gerado a recessão económica no país e por terem formado governos completamente descoordenados. Mas o PS não permitirá que eles escapem a esse julgamento», declarou o secretário- geral do PS.

Na sua intervenção, José Sócrates aproveitou para elogiar o trabalho dos dois líderes parlamentares do PS durante esta legislatura: António Costa e António José Seguro.

«As nossas lideranças parlamentares do PS estiveram sempre à altura das circunstância exerceram os seus mandatos com competências», vincou José Sócrates, que foi vice-presidente da bancada socialista no período da liderança de António Costa.

José Sócrates prometeu ainda que o PS «fará uma campanha eleitoral para dignificar a democracia, centrando a discussão nos problemas dos portugueses».