Mudar de fornecedor de electricidade possível já em Setembro - TVI

Mudar de fornecedor de electricidade possível já em Setembro

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Os quase seis milhões de clientes domésticos de electricidade vão receber, esta semana, uma carta da Entidade Reguladora do Sector Eléctrico (ERSE) com informação necessária para decidirem se devem ou não mudar de fornecedor.

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Isso vai ser possível já a partir de 4 de Setembro, data em que o mercado ficará totalmente liberalizado, à semelhança do que já acontece com os telefones.

Para ajudar os clientes a optar por um fornecedor, a entidade reguladora está a preparar um simulador on-line. No futuro simulador, o cliente indica as características do contrato e o tipo de consumo. Com base nesses dados, o programa informático revela o preço que cada um dos fornecedores cobrará ao final do mês, explica o «Jornal de Notícias».

Na carta, que usa uma linguagem que seguramente muitas pessoas terão dificuldade em compreender, a ERSE adianta que os novos fornecedores terão toda a liberdade para cobrar o preço que entenderem e fazerem promoções regionais.

O simulador só comparará os preços, pelo que a ERSE aconselha as famílias a prestar atenção a outros detalhes dos contratos a assinar. Em concreto, o cliente é aconselhado a apurar com que periodicidade receberá uma factura (no caso da EDP, é de dois em dois meses), as condições e os modos de pagamento e a duração mínima do contrato e penalizações pela rescisão antes do prazo, entre outros.

Para mudar de fornecedor de electricidade, o cliente terá que se dirigir à empresa com a qual pretende assinar contrato e que tratará de todo o processo de cancelamento com a EDP. A troca demora, previsivelmente, dez dias úteis, se não for necessário ir a casa do cliente fazer qualquer mudança no contador ou fazer uma contagem extraordinária do consumo. Não é de esperar qualquer interrupção no fornecimento. A mudança não tem qualquer custo para o consumidor.

No prazo de 12 meses, cada cliente pode mudar de fornecedor, no máximo, quatro vezes. O novo fornecedor usará a infra-estrutura de rede da EDP, mas o cliente só receberá uma factura, com a discriminação dos vários valores a pagar.

Dentro de perto de quatro semanas, qualquer pessoa poderá deixar de ser cliente da EDP Distribuição (que mantém o monopólio dos consumidores domésticos) e escolher outro fornecedor de electricidade. Hoje, estão registados junto da entidade reguladora quatro comercializadores, além da EDP as espanholas Unión Fenosa e Iberdrola, a parceria entre a Sonae e a também espanhola Endesa (a Sodesa) e a italiana Enel, refere o «Jornal de Notícias».

Ainda nenhuma destas empresas gigantes divulgou a estratégia a seguir para conquistar clientes, nem a EDP disse em concreto o que fará para os convencer a não cancelar contratos. Admite apenas promoções pontuais de preços, com a tónica a ser posta na qualidade do serviço e bom relacionamento com o cliente. A eléctrica garante estar preparada para fazer face à liberalização total, mas, a medir pelo que aconteceu com os maiores clientes de electricidade (o mercado para as empresas já está liberalizado), a guerra adivinha-se acesa. No final do ano passado, um quarto da energia consumida em Portugal era assegurada por fornecedores alternativos.
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