Novo plano estratégico de Lisboa vai definir prioridades no turismo

O projecto, cuja elaboração foi aprovada terça-feira por unanimidade pela direcção da ATL, deverá ficar pronto dentro de seis meses e terá como consultores externos o socialista Jorge Coelho e Correia da Silva, secretário de Estado do Turismo no governo de Durão Barroso.

Em declarações à «Lusa», o presidente da ATL, Fontão de Carvalho, vice-presidente da Câmara de Lisboa, recordou que o actual plano estratégico está «a chegar ao fim», numa altura em que também terminam os contratos com o Governo e com a autarquia para a promoção turística.

Por outro lado, este ano começa a funcionar o casino em Lisboa, revertendo uma parte das suas receitas para a promoção turística da capital.

«A Câmara de Lisboa (principal accionista da ATL) achou que era altura de repensar a estratégia para os próximos anos», disse Fontão de Carvalho.

Vítor Costa, director-geral da ATL, sustentou à «Lusa» que o estudo, que irá vigorar entre 2007 e 2010, permitirá «reavaliar toda a estratégia de marketing desenvolvida pela associação», fazer um balanço e preparar um novo momento do turismo em Lisboa.

«Iniciámos actividade em 1998 e desde então houve uma grande evolução. Estamos à beira de subir um degrau enquanto destino turístico», afirmou o responsável, acrescentando que este plano constituirá uma «reflexão num momento-chave».

Segundo o responsável, o plano não vai analisar a construção do aeroporto da Ota e o possível encerramento da Portela, já que são matérias «para 2017» e este estudo «termina a sua vigência em 2010».

Uma das questões a abordar pelo plano estratégico plurianual será a definição de uma metodologia da utilização das contrapartidas do casino, a aplicar na promoção turística e na valorização do produto turístico da cidade.

O plano deverá ainda estudar a área de incidência da ATL, que actualmente abrange a zona entre Fátima e Sesimbra.

«Será decidido se se mantém a área actual, se irá coincidir com a Área Metropolitana de Lisboa ou se se restringirá apenas à capital», disse Vítor Costa.

O responsável da ATL alertou ainda para a necessidade de ser encontrada «muito rapidamente» uma «solução alternativa à Portela», que permita dar uma resposta às companhias aéreas «low-cost» e complementar o aeroporto de Lisboa, «que vai estar em obras durante muitos anos, o que irá condicionar a sua operacionalidade».

O plano vai estudar também os eventos, o marketing turístico, a promoção internacional e os equipamentos e infra-estruturas em falta, a desenvolver nestes quatro anos, além de estudar os mercados de origem dos turistas, os circuitos, os novos fenómenos e os potenciais e comparar Lisboa com destinos concorrentes.