Preferência da banca pelo imobiliário penaliza competitividade da economia - TVI

Preferência da banca pelo imobiliário penaliza competitividade da economia

Preferência da banca pelo imobiliário penaliza competitividade da economia

A preferência do sector bancário pelo investimento em imobiliário em vez do investimento produtivo é uma das causas da baixa competitividade e da fraca produtividade da economia nacional. Esta é uma das conclusões de um estudo da autoria do economista Eugénio Rosa, da CGTP.

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O mesmo documento revela que o crédito concedido a particulares e empresas caiu nos últimos anos, ao contrário do que aconteceu com o crédito concedido ao sector imobiliário, que não tem parado de aumentar. O economista especifica que, no primeiro caso, o crédito concedido pelos bancos correspondia, em 1998, a 44% do seu activo consolidado, valor que passou para 58%, em 2002, e 55%, em 2004.

Já o peso do crédito destinado ao sector imobiliário passou de 49% do total dos empréstimos concedidos ao sector privado não financeiro, em 1997, para 60% em 2004.

Assim, Eugénio Rosa considera «necessário investir fundamentalmente nos chamados bens transaccionáveis, ou seja, bens exportáveis», e acrescenta que «a banca faz precisamente o contrário daquilo que o Governo afirma ser necessário realizar para que Portugal saia da grave crise económica em que se encontra, investindo os poucos recursos que o país dispõe fundamentalmente no sector imobiliário».

O Banco de Portugal alertara já, no Relatório de Estabilidade Financeira de 2004 que a generalidade dos grupos bancários concentra a sua carteira de empréstimos nos segmentos em que o risco de crédito é relativamente baixo, tais como empréstimos a particulares para habitação e, no caso das sociedades não financeiras, empréstimos a grandes empresas do sector não transaccionável.

O economista da CGTP admite que esta realidade reflecte o funcionamento da lógica do mercado, algo que considera ser a «consequência também da privatização do sector bancário e do seu controlo pelos grupos económicos».
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