Previsões de Bruxelas mostram resistência nacional à conjuntura

O ministro das Finanças já comentou as previsões apresentadas esta manhã pela Comissão Europeia para a economia portuguesa.

Numa conferência de imprensa convocada para o efeito, Fernando Teixeira dos Santos sublinhou que a previsão agora apresentada por Bruxelas para a economia portuguesa (crescimento de 2% em 2008) «é a mesma que a Comissão divulgou na Primavera deste ano».

E sublinha que, «muito embora a Comissão faça uma revisão em baixa de dois pontos, em resultado da conjuntura internacional, (para a economia europeia), a Comissão entende que essa conjuntura não afectará o crescimento português em 2008 e por isso manteve a previsão».

O Governo tem uma previsão de crescimento económico para 2008 superior à do Governo: enquanto a Comissão Europeia espera um crescimento de 2%, o Executivo de José Sócrates aponta para uma expansão de 2,2%. A disparidade suscitou algumas críticas ao Governo, de que este estaria demasiado optimista. Críticas a que o ministro das Finanças respondeu, lembrando que «há um ano, a Comissão também tinha uma previsão de 1,5% para este ano e agora já prevê 1,8%».

Governo mantém confiança nas suas previsões

Para Teixeira dos Santos a fórmula é «deixar o tempo correr». E o ministro refuta também as considerações de que a Comissão está a ser demasiado pessimista, esclarecendo que «estamos a comparar números apurados com bases diferentes».

«É natural que possa haver algumas diferenças nas previsões, mas o Governo, nas suas previsões, tem estado mais próximo daquilo que se tem vindo a verificar. Por isso, acho que devo continuar a ter confiança nas nossas próprias previsões e assentar as nossas decisões nessas previsões», realçou.

O ministro sustenta ainda que o crescimento da economia portuguesa, no próximo ano, «será sustentado pelo aumento das exportações, embora menos acentuado em virtude da conjuntura internacional, mas compensado por uma subida mais acentuado do investimento».

Teixeira dos Santos garante ainda que as previsões actuais do Governo já têm em conta o preço do petróleo que se aproxima dos 100 dólares por barril. «Vamos continuar a acompanhar com muito atenção a evolução do petróleo», acrescenta.