PS e BE defendem abertura de negociações para adesão da Turquia - TVI

PS e BE defendem abertura de negociações para adesão da Turquia

Bandeira Turquia

O PS e o Bloco de Esquerda defenderam hoje a abertura de negociações para a adesão da Turquia à União Europeia «sem reservas mentais» e para evitar que se crie uma «fractura» apenas devido a questões religiosas.

«O PS é favorável à abertura das negociações com a Turquia, mas devem ser umas negociações abertas com lealdade. A União Europeia deve partir com um caderno de encargos, mas sem reservas mentais», disse José Sócrates, à saída de um encontro com o primeiro-ministro demissionário.

«Se a Turquia cumprir os critérios de convergência, deve ser mais um país da União Europeia», insistiu José Sócrates.

O secretário-geral não esclareceu, contudo, qual a data que é defendida pelo PS para abertura das negociações.

Na reunião, realizada no âmbito da preparação da cimeira da União Europeia, que decorre quinta e sexta-feira em Bruxelas, o PS abordou ainda o «dossier financeiro» relativo ao período de 2007/2013.

Um assunto que os socialistas consideram «essencial», já que definirá os apoios financeiros que serão dados aos países da União Europeia durante esse período.

Nesse âmbito, e segundo José Sócrates, o PS «exortou o Governo» a defender que sejam concedidos «apoios às regiões mais desfavorecidas» e não apenas aos países que recentemente integraram a União Europeia.

A abertura das negociações com a Turquia foi também um dos temas em debate na reunião do primeiro-ministro demissionário com a delegação do Bloco de Esquerda.

«A nossa posição é frontal: apoiamos a entrada da Turquia na União Europeia», disse Luís Fazenda, à saída da reunião com Santana Lopes.

«Não podemos criar dentro da União Europeia uma fractura, tendo em vista uma unicidade religiosa», acrescentou o dirigente do BE, numa alusão ao facto da Turquia ser um país maioritariamente muçulmano.

O BE manifestou também a sua preocupação relativamente à «diminuição de perspectivas financeiras dos países menos ricos», para o período 2007/2013.

Segundo Luís Fazenda, o BE abordou ainda a questão do Pacto de Estabilidade e Crescimento, embora este não seja um dos assuntos em debate no Conselho Europeu.

«É imperiosa a revisão desse pacto», adiantou Luís Fazenda, acrescentando que o BE instou o Governo a ter «uma posição firme» sobre esta questão.

«Toda a gente já percebeu que os critérios do Pacto são absurdos», acrescentou o dirigente do BE.

As audiências do primeiro-ministro demissionário com os partidos no âmbito da preparação do Conselho Europeu ficaram marcadas pela decisão do PCP e do partido ecologista Os Verdes de abandonar São Bento, porque Santana Lopes não aceitou receber as duas forças políticas em separado, alegando razões de agenda.

À tarde, vão ser recebidas delegações do PSD e do CDS, numa audiência conjunta.
Continue a ler esta notícia