PSD quer eleições a 27 de Fevereiro e PS a 13 do mesmo mês - TVI

PSD quer eleições a 27 de Fevereiro e PS a 13 do mesmo mês

Santana e Sócrates

O PSD defendeu hoje a realização das eleições legislativas antecipadas a 27 de Fevereiro e prometeu não fazer do Presidente da República o adversário do partido na campanha.

O Presidente da República, Jorge Sampaio, está a ouvir os partidos políticos no âmbito do processo de dissolução do Parlamento e o PSD foi o primeiro a ser recebido.

Em nome da delegação do PSD, o presidente da Mesa do Congresso, Dias Loureiro, insistiu no argumento de que a campanha eleitoral não deverá coincidir com as festas do Carnaval para defender a data de 27 de Fevereiro para as eleições.

«Nós preferiríamos uma data que nunca fizesse colidir a campanha com as festividades do Carnaval e, portanto, nunca antes de 27 de Fevereiro», sublinhou aos jornalistas.

Dias Loureiro reiterou a discordância do PSD relativamente à dissolução do Parlamento e garantiu que o partido «respeita e respeitará sempre o Presidente da República».

«[As eleições são] um combate que travaremos com os nossos adversários políticos, mas o senhor Presidente da República não é nosso adversário político e portanto não faz parte desse combate», assinalou.

Pelo contrário, o secretário-geral do PS, José Sócrates, defendeu a realização das legislativas a 13 de Fevereiro e acusou o Governo de estar a utilizar os meios do Estado para fazer campanha eleitoral.

José Sócrates considerou que o Governo deve entrar imediatamente em gestão e deixar de utilizar cerimónias oficiais para fazer campanha partidária. Para o líder socialista, o executivo de Santana Lopes «é um Governo diminuído, é um Governo em gestão que deve compreender que se deve ocupar apenas dos actos administrativos e legais de uma mera gestão e não ir além disso».

«Mas o pior é quando o Governo decide não apenas ir além disso, mas decide também entrar na campanha eleitoral e usar os meios do Estado ao serviço dos partidos», alertou.

«O PS opor-se-á a todas as tentativas de usar o Estado ao serviço dos partidos em campanha eleitoral», assegurou.

Por outro lado, José Sócrates defendeu que o Governo deve entrar imediatamente em gestão depois da assinatura do decreto de dissolução do Parlamento pelo Presidente da República.

Quanto à «data mais adequada» para a realização das eleições legislativas, José Sócrates propôs o dia 13 de Fevereiro, para que «o país possa ter um governo o mais depressa possível».

Sócrates pediu também à maioria PSD/CDS para elevar o nível do debate político e parar com os ataques do Presidente da República.

«É necessário uma compostura democrática, é necessário não baixar o nível neste momento. Os ataques ao Sr. Presidente da República devem parar», salientou.

José Sócrates afirmou que, tal como o PS respeitou no passado decisões presidenciais com as quais estava em desacordo, também o PSD e o CDS/PP devem hoje fazer o mesmo e manter «um mínimo de compostura».

«Baixar o nível e acusar o Presidente da República de ser um tirano e de ser um caudilho não nos parece aceitável ou que possa contribuir para um bom debate político e para um clima de respeito mútuo que as instituições devem assegurar», frisou.

O líder socialista referia-se a declarações do ministro de Estado e da Presidência, Nuno Morais Sarmento, publicadas no Diário Económico com duras críticas à decisão de Jorge Sampaio.

«Quando ministros que se dizem de Estado começam a insultar o Sr. Presidente da República, isso é um espectáculo que prejudica e diminui a dignidade das nossas instituições», sustentou.
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