Entre os usados, o crédito automóvel existe em cerca de 80% das compras, segundo dados da Nacionalcar, uma das principais empresas do sector.
«Em 60% das vendas, o financiamento é feito através de nós, mas existem mais 10 a 20% dos casos em que os clientes recorrem a crédito através de outras instituições», explica o responsável comercial da empresa, Rui Rodrigues.
Em declarações à Agência Financeira, o mesmo responsável revela ainda que «o leasing e o ALD têm uma expressão cada vez menor e são praticamente residuais», apesar das suas claras «vantagens financeiras». Tudo porque «os portugueses mantêm uma forte ligação ao conceito de propriedade».
O resultado é que cerca de 30 a 40% dos processos propostos são recusados pelas financeiras e muitos dos créditos que são atribuídos são-no «em situação limite».
As causas estão relacionadas com a situação económica do País: «muitos casos de endividamento elevado e mesmo de sobreendividamento e casos de pessoas com notas no Banco de Portugal por incumprimento», explica este profissional do sector.
Grande parte dos casos rejeitados são também de imigrantes (sobretudo ucranianos, brasileiros e africanos), por não reunirem as condições mínimas «de segurança» e apresentarem um grau de risco elevado.
Os créditos automóvel estão também a registar um aumento nos prazos de financiamento. Os mais frequentes são os empréstimos a 48 e 60 meses, mas existem já muitos casos de crédito a 72 meses e mais, uma situação que considera «assustadora».
Quase 40% dos pedidos de crédito automóvel são recusados
- Paula Martins
- 22 jun 2006, 20:00
A maioria dos portugueses só compra carro com recurso a crédito. Mas nem todos tem luz verde para aceder.
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