S&P corta rating do BCP devido a condições adversas

A agência internacional Standard & Poor's (S&P) reviu em baixa o rating do BCP de A para A-, devido à «perspectiva adversa das condições operacionais» que constituem um desafio para o banco não só em Portugal, como na Polónia. Para a agência, esta perspectiva adversa exerce uma «pressão considerável» nos resultados do banco.

Com esta revisão, o BCP passa a ter uma notação inferior à dos outros dois bancos cotados no PSI20, BES e BPI, que mantêm um rating de A.

O rating para a dívida de curto prazo também baixou, de A-1 para A-2 e a perspectiva do banco é agora «estável».

Performance financeira com fracas perspectivas

A S&P explica que este novo rating se deve às suas expectativas de enfraquecimento da performance financeira do banco, que tem sido um dos pilares dos seus bons resultados.

O ambiente económico em Portugal, que tem obrigado os bancos a reduzirem margens e comissões e que está a pressionar a procura de crédito, também influenciou a decisão da agência.

No entanto, a S&P espera que estes factores possam ser parcialmente compensados pela expectativa de acesso a mais programas estatais, tendo em conta a sua importância sistémica.

Recuperação do rating é improvável

A S&P avisa ainda que, caso o acesso a estes programas estatais não seja o esperado, poderá voltar a cortar os ratings. E acrescenta que uma melhoria do rating é «improvável» dada a deterioração das condições económicas.

O BCP esteve em queda em bolsa durante a manhã, devido aos resultados do primeiro semestre, apresentados quarta-feira e que, no seu conjunto, desiludiram os analistas. No entanto, acabou por inverter durante a tarde e encerrou a ganhar 3,8% para 76 cêntimos por acção, com mais de 34 milhões de acções negociadas.