Sá Carneiro deve ser aeroporto referência do noroeste da Península

O apelo é do presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), Vítor Filipe, que falava na abertura do XXXI Congresso Nacional da associação, que decorre em Maputo, Moçambique, sob o tema Turismo: Cooperação e desenvolvimento.

«Não podemos, também, (para além de todos os impactos que tem a deslocalização da Portela para a Ota) de deixar de ter em atenção o impacto que a construção do novo aeroporto na Ota terá sobre o aeroporto Francisco Sá Carneiro no Porto», afirmava como repto ao secretário de Estado do Turismo português, Bernardo Trindade, presente no Congresso.

«É necessário, por isso, um estudo que diga claramente qual vai ser o impacto, que pensamos existirá, forçosamente», afirmava, acrescentando que «não nos podemos esquecer que foram, recentemente, gastos pelo Estado importantes quantias para a requalificação do aeroporto Francisco Sá Carneiro, que o país não pode permitir sejam desbaratadas a troco de uma vontade política não suficientemente fundamentada», sobre a Ota.

E por este motivo, apela: «Ao Estado, ao Governo, se a decisão da construção do aeroporto da Ota se mostrar irreversível, cabe criar condições para que o aeroporto Francisco Sá Carneiro seja o aeroporto de referência no noroeste da Península Ibérica de modo a viabilizar e a rentabilizar o investimento nele efectuado».

Refira-se, no entanto, que a 22 de Novembro, o presidente da NAER (Novo Aeroporto), Guilhermino Rodrigues, negou à agência «Lusa» que a Ota condicione o desenvolvimento do aeroporto Sá Carneiro, no Porto, defendendo que o actual estrangulamento do aeroporto da Portela apenas favorece Madrid.

Recorde-se que o sistema aeroportuário português, gerido pela ANA - Aeroportos de Portugal, sustenta-se ainda, para além do aeroporto de Lisboa e do Porto, em Faro. Estes três aeroportos juntos açabarcam uma área de influência de 200 quilómetros.

*a jornalista viajou a convite da APAVT