Sampaio diz que Governo não tinha condições para continuar (act.) - TVI

Sampaio diz que Governo não tinha condições para continuar (act.)

Sampaio considera situação política grave

O Presidente da República iniciou hoje o processo de dissolução do Parlamento por considerar que o Governo não tem condições para mobilizar Portugal, disse hoje à Agência Lusa uma fonte do Palácio de Belém.

De acordo com a mesma fonte, a demissão do ministro Henrique Chaves foi apenas a "gota de água" para a decisão de Jorge Sampaio.

O Presidente da República chegou à conclusão que o executivo «não dispõe das condições políticas indispensáveis para continuar a mobilizar Portugal e os portugueses, de forma coerente, rigorosa e estável».

Um dos «pressupostos essenciais» para a nomeação de Santana Lopes como primeiro-ministro foi precisamente a necessidade de garantir a estabilidade política e governativa que era fundamento para fazer face à crise económico-financeira, lembrou a fonte de Belém.

Mesmo ao longo dos últimos meses, e face a «episódios por vezes complicados» que envolveram o Governo e alguns dos seus ministros, Jorge Sampaio desenvolveu sempre uma «actuação contida», de acordo com o objectivo traçado aquando da nomeação de Santana Lopes, prosseguiu a fonte.

Só que os mais recentes episódios - desde os casos na comunicação social e na coligação PSD/CDS até à demissão de Henrique Chaves e à «quebra de confiança dos agentes económicos e sociais» - colocaram em causa a estabilidade.

De acordo com a fonte de Belém contactada pela Lusa, todos aqueles episódios «evidenciaram os sintomas da crise governativa», que se foram avolumando.

Jorge Sampaio terá considerado, ainda de acordo com a fonte, que todos esses casos «correram de forma irreversível os pressupostos mínimos da estabilidade necessária à acção governativa» na situação actual.

Sampaio terá ainda considerado que os últimos indicadores disponíveis apontam uma evidente «falta de confiança da maioria da população e dos agentes económicos e sociais» na capacidade do actual Governo para garantir a estabilidade e prosseguir as políticas necessárias para fazer face à «situação delicada» que o país enfrenta.
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