Santana e Bagão fazem comunicação ao país

O chefe do Executivo e o ministro das Finanças foram hoje recebidos pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, prevendo-se que o tema central do encontro tenha sido o chumbo de Bruxelas à operação de cedência temporária de património do Estado.

Há algumas semanas, o Conselho de Ministros tinha aprovado um negócio que previa a transferência para um consórcio privado a exploração temporária de alguns imóveis do Estado para com isso obter receitas extraordinárias superiores a 500 milhões de euros e manter o défice orçamental abaixo dos três por cento do Produto Interno Bruto (PIB), como exige o Pacto de Estabilidade e Crescimento aos países da Zona Euro.

A recusa da operação por parte do Eurostat poderá comprometer esse objectivo do Governo.

Em declarações publicadas hoje no «Diário Económico», o ministro das Finanças considerou que o Governo optou pelo aluguer de imóveis do Estado porque os dois consórcios bancários escolhidos para a operação inicialmente prevista, que era de venda, tentaram renegociar o contrato.

«Desde a dissolução do Governo, os consórcios vencedores [BPI e CGD], invocando o risco político, tentaram renegociar as condições do contrato de venda. Aceitar isso seria ir contra o interesse nacional», afirmou Bagão Félix ao DE.