TAP adia empréstimo à Varig com saída da gestão da brasileira

Segundo o jornal brasileiro «Valor Económico», o empréstimo, que fazia parte do acordo de compra das duas subsidiárias da companhia brasileira, a VarigLog e a VEM, refere-se à antecipação de créditos da TAP à Varig, relativos a passagens aéreas compradas através de cartões de crédito Visa.

Na passada sexta-feira, a equipa de gestão da Varig foi afastada pela Fundação Ruben Berta, que controla a companhia. O presidente da TAP, Fernando Pinto, disse entretanto que não estava preocupado com estes desenvolvimentos, mas o vice-presidente, Michael Conolly, disse agora ao jornal que a empresa portuguesa prefere aguardar pelos desenvolvimentos da substituição da equipa de administradores da Varig.

«Depois da decisão de sexta-feira precisamos obviamente de uma indicação das pessoas que estarão a conduzir o processo ao lado da Varig, de como querem prosseguir», disse o responsável.

Os 34 milhões de euros do empréstimo deveriam ser canalizados na reparação de 15 aviões da frota da brasileira, que se encontram parados devido a problemas mecânicos.

O afastamento da equipa de gestão no final da semana passada surge depois de um aumento de 155% nos prejuízos da Varig, nos primeiros nove meses deste ano, face a igual período de 2004, para 778 milhões de reais (304 milhões de euros). Além disso, a Fundação Ruben Berta, que é a maior accionista da companhia, com cerca de 80% do seu capital, não terá concordado com a decisão da administração da empresa, de despedir 1.500 empregados, quando o plano de reestruturação previa uma redução de 12.000. À frente da companhia estão agora Humberto Rodrigues Filho e Marcelo Willian Bottini, respectivamente presidente do conselho de administração e presidente da Varig.

Recorde-se que a TAP integra a Aero-LB, em conjunto com um fundo de investimento brasileiro, empresa que adquiriu a VarigLog e VEM por 53 milhões de euros (62 milhões de dólares), processo que só estará concluído em meados do mês de Dezembro. Até lá, a TAP pode ainda perder o negócio.