TAP aposta em aumento de tarifas para combater crise - TVI

TAP aposta em aumento de tarifas para combater crise

  • Sónia Peres Pinto
  • 26 jun 2008, 13:59
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«É impossível qualquer empresa ajustar-se à velocidade de crescimento do preço do petróleo»

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A TAP vai avançar com um plano de contenção de custos e aumento de receitas, para combater os efeitos da crise dos combustíveis que deixou a companhia com perdas de mais de 100 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano.

Numa conferência de imprensa, o presidente executivo da transportadora, Fernando Pinto, admitiu que o cenário ideal seria conseguir reduzir os custos em 100 milhões de euros. Um cenário que, além de ideal, é também «impossível».

Na verdade, Fernando Pinto considera mesmo que o plano terá de focar-se sobretudo no aumento das receitas, já que reduzir a despesa será muito difícil. «A empresa já é eficiente e todos os gastos que podiam ser cortados já o estão a ser», disse.

Apesar de já ter admitido que todas as hipóteses estão em cima da mesa, incluindo os despedimentos, o responsável assegurou que «quer evitar a todo o custo os despedimentos». Para já a empresa está em negociações com os sindicatos e inclusivamente já disponibilizou as contas da companhia a perto de 2.000 trabalhadores, para que estes saibam o porquê das propostas da empresa.

Fernando Pinto não quis revelar que propostas são essas, mas adiantou que «algumas são definitivas e outras vão ser válidas para períodos de crise. O objectivo é flexibilizar algumas áreas de modo a minimizar os efeitos da crise».

As medidas deverão assim passar sobretudo por novos aumentos da sobretaxa de combustível, que já subiu quatro vezes este ano. Falando das medidas possíveis, Fernando Pinto citou exemplos de outras companhias, que cobram pelas malas transportadas. Além das alterações que possam ocorrer a nível tarifário, a TAP quer melhorar a ocupação das frotas, para concorrer com as low cost, que, no entender do presidente, «já cresceram demais».

O cancelamento de rotas é uma medida que não está em cima da mesa, mas o ajustamento nos destinos multifrequências, sim. A ideia é reduzir as frequências para os destinos em que os voos não vão cheios. A TAP ainda não sabe ao certo que rotas poderão sofrer ajustamentos, uma vez que ainda está a analisar as reservas dos voos.

Afastado está também o cancelamento da compra de aviões, até porque os aparelhos novos destinam-se a substituir os mais antigos, que consomem mais combustível.

Questionado sobre a possibilidade de a TAP se ajustar à nova realidade do preço do petróleo, o presidente respondeu que «à velocidade que o preço do petróleo cresce, é impossível para qualquer empresa adaptar-se».
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