TAP lucra 15 milhões de euros em 2004 - TVI

TAP lucra 15 milhões de euros em 2004

Fernando Pinto

A transportadora aérea portuguesa TAP deverá registar lucros de 15 milhões de euros em 2004, afirmou o administrador-delegado da companhia, Fernando Pinto.

Os resultados previstos pelo administrador, positivos pela segunda vez em 30 anos, resultam de um aumento de receitas em torno dos 9% e surgem apesar da escalada do preço do petróleo, que causou um aumento de 75 milhões de euros nas despesas com combustíveis.

Para 2005, Fernando Pinto prevê um crescimento das receitas mais moderado, entre 4 a6%, disse numa entrevista publicada pela revista brasileira «Época Negócios» e citada pela Lusa.

«Este vai ser o quarto ano em que a receita aumenta. Em 2005, eu diria que vamos crescer mais 4 a 6%», afirmou o presidente da empresa aérea.

O presidente disse que a operação da TAP para o Brasil, actualmente com 38 voos semanais, já representa 22% das receitas totais da companhia aérea.

«De cada 100 euros que entram (no caixa da TAP), 22 vêm do Brasil, 50 de Portugal e o restante da Europa. Nós fizemos de Portugal uma grande plataforma que faz a distribuição e a recepção de tráfego da Europa para o Brasil», disse o executivo.

Numa outra entrevista publicada na edição desta semana da revista «IstoÉ Dinheiro», Fernando Pinto salientou o actual programa de modernização da TAP.

«Daqui para a frente vão sobreviver as empresas que se modernizarem. Por aqui é o que estamos fazendo. Começamos um novo ciclo, com uma nova imagem que mostra a empresa jovem, agressiva», disse.

«Isso vai traduzir-se em tarifas mais baixas e custos operacionais menores. Nos próximos anos, toda empresa aérea terá de trabalhar forte na melhoria da eficiência», afirmou Fernando Pinto.

O presidente salientou, entre as medidas adoptadas, a redução de 10% das despesas com os trabalhadores e o aumento da utilização diária dos aviões.

«Temos aviões que operam até 16 horas por dia (...) Desse modo, em 2001 nós aumentamos a oferta de lugares em sete por cento. No ano passado, chegamos a 14%», disse o executivo.

Fernando Pinto disse que o mercado de avião mundial deverá crescer em direcção ao Oriente nos próximos anos, nomeadamente na China, que registou um aumento de 18% no número de passageiros transportados em 2004.

«É uma coisa louca. A análise disso é que, com o crescimento no Pacífico, não há dúvidas de que será preciso frotas com aviões maiores», realçou.

Fernando Pinto, que foi presidente da Varig, disse que a solução para a grave crise da maior companhia aérea brasileira é a abertura de seu capital, com a saída do accionista controlador, a Fundação Rubem Berta.

«Vejo o futuro da Varig como uma empresa de capital aberto e com a maior parte na Bolsa. É claro que há uma etapa para chegar lá, mas vejo a Varig disposta a fazer a sua parte», afirmou.

«O dinheiro para a Varig superar seus problemas tem de vir do mercado. Uma saída é a Fundação vender suas acções», disse, referindo-se à Fundação Rubem Berta que detém 87% do capital da Varig.

Criada há 77 anos e considerada um dos símbolos do Brasil no estrangeiro, a Varig atravessa uma crise financeira, resultado de dívidas totais que ascendem a cerca de 1,7 mil milhões de euros (seis mil milhões de reais) junto a empresas estatais brasileiras e companhias privadas.

Em Novembro de 2004, a TAP e a Varig iniciaram a partilha de voos, na sequência da entrada da companhia aérea portuguesa na Star Alliance.

Com a operação, a TAP passou a oferecer voos para as cidades de Maceió, Belém, Brasília, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre.

A companhia portuguesa oferece voos próprios diários para as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Fortaleza, Natal e Salvador.

Por seu turno, a brasileira Varig passou a oferecer voos para o Funchal, Faro e Porto.
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