Turismo acusa Governo de «desaproveitamento» da presença na China - TVI

Turismo acusa Governo de «desaproveitamento» da presença na China

APAVT

Centenas de agentes do sector estiveram em Macau a debater sector e a promover o País

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O Governo voltou esta quinta-feira a ser alvo de fortes criticas por parte do presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), João Passos, que considera que «houve um desaproveitamento» do Executivo do XXIV Congresso da associação, em Macau.

João Passos voltou, no seu discurso de encerramento da XXXIV reunião magna dos agentes de viagens, que decorreu em Macau, e onde juntou centenas de empresários e gestores do sector, bem como autoridades da China, que «o Turismo constitui, sem margem para dúvida, a principal actividade exportadora de Portugal e como tal, necessita de especial atenção na sua promoção e comercialização».

Defendem, por isso, como habitual, «a máxima autonomia e especialização na promoção turística», coordenada com «a promoção das restantes actividades exportadoras nacionais».

«Há descoordenação» em vários campos

Uma coordenação que, consideram os agentes de viagens, «é absolutamente indispensável» e que «não tem existido na promoção das diversas actividades exportadoras de modo a aproveitar sinergias e potenciar recursos com o máximo de eficácia».

Mais. João Passos sublinhou também a necessidade de coordenar, também, «o que se exige, especificamente, no âmbito da promoção turística», já que «esta tem constituído um dos factores de dissensão entre os diversos players deste sector, nomeadamente entre públicos e privados».

E as criticas vão então mais longe: «Veja-se, como exemplo disto, a falta de visão estratégica do Governo, ao não ter tirado partido da realização deste congresso como um evento que, pelo seu peso específico, constituiu uma verdadeira acção promocional de Portugal nestas longínquas paragens», afirmou, explicando mais tarde aos jornalistas que, embora o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, tivesse estado presente «foi apenas na sessão de inauguração e com um discurso que não foi o que esperávamos. Em vez da enumeração do que foi feito, deveria ter falado o que pensa fazer».

Discurso do secretário de Estado «foi desfasado»

«Houve um congresso das agências de viagens, que é reconhecido como o congresso do turismo. Isto extravasa as agências de viagens e estrategicamente a atitude do Governo foi um erro. Falhou. Estavam cá todas as autoridades de Macau, da China, e num país BRIC, apenas houve um discurso de promoção desfasado», ressalvou.

Quanto à descoordenação, acrescentou que esta se «verifica também entre os diversos organismos públicos que estão envolvidos na promoção turística» do nosso país.

Segundo João Passos «multiplicam-se os casos em que são levadas a cabo acções paralelas, com desconhecimento dos respectivos promotores. Por outro lado, entre as iniciativas públicas e privadas, não tem havido a suficiente coordenação, o que significa dispersão de esforços, o ignorar de contribuições importantes e, por isso, inconsequência das acções e respectivos resultados».

Situações que considera ainda menos graves, que aquelas em que o Governo, diz, «fazendo tábua rasa dos organismos da administração pública, é o próprio a desvirtuar a estratégia definida, tomando iniciativas que são contraditórias com esta».

«Entendemos, de uma vez por todas, que há que valorizar o interesse nacional em detrimento dos protagonismos das entidades envolvidas», reforça.

*A jornalista viajou para Macau a convite da APAVT
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