À saída do encontro, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Atílio Forte, «apesar de admitir que, do ponto de vista social, «a criação de melhores condições de vida e de salários são de facto importantes», avisou que «essas condições de vida e de salários não devem estar desligadas daquilo que é a realidade da nossa economia».
Para a confederação, as várias «áreas de actividade económica não devem ser tratadas da mesma forma. Aliás, no caso do turismo, se formos analisar o comportamento da última década, o crescimento dos salários foi muito acima daquilo que foram as taxas de inflação e os índices de preços. E aumentou porque a actividade estava a crescer». O problema é que, para o ano em curso, «as perspectivas são de uma diminuição ao nível da receita, e portanto este cenário de crescimento de 3% aqui hoje anunciado pelo Governo para o SMN preocupa-nos porque ele pode ser tomado como índice de referência do ponto de vista das negociações». Um aumento que as empresas «simplesmente não podem pagar. Portanto, temos bastantes reticências a este nível».
Mas se é verdade que o SMN é um indicador para os aumentos salariais gerais, é também verdade que «este não é o único índice que é tomado como base para as negociações», pelo que o CTP vai «aguardar por aquilo que o Governo irá decidir relativamente aos aumentos para a função pública».
O aumento merece a desconfiança da CTP sobretudo «quando se diz no projecto de Lei do Orçamento do Estado que a economia vai crescer cerca de 1,1%, o que quer dizer que não há um grande número de medidas de política económica contidas na lei do Orçamento» para impulsionar as exportações, nomeadamente no turismo.
Turismo teme que subida do salário mínimo condicione negociações salariais
- Paula Martins
- 14 nov 2005, 16:24
O sector do turismo receia que o aumento de 3% no salário mínimo nacional (SMN) apresentado pelo primeiro-ministro na sede da concertação social seja tomado como referência para as negociações salariais.
Relacionados
Continue a ler esta notícia