UGT e CGTP descontentes com aumento do salário mínimo

Em declarações à «TSF», o secretário-geral da UGT, João Proença, disse que «esperava uma proposta mais justa», atendendo ao facto de o salário mínimo «estar já muito degradado no espaço europeu».

«Nos últimos três anos até perdeu poder de compra. Há três anos foi 0,8 por cento abaixo da inflação verificada, tendo no ano passado e este ano estado ao nível da inflação», recordou.

João Proença entende que é necessário um «esforço sério» nesta questão, bem como a definição de um objectivo a médio prazo e a forma de caminhar para ele.

«Não podemos estar na situação de todos os anos, evocando dificuldades orçamentais, não aumentar o salário mínimo», concluiu.

José Ernesto Cartaxo também se mostrou desagradado com a proposta vinda de José Sócrates, considerando-a «claramente irrisória face à degradação que se tem vindo a verificar no poder de compra do salário mínimo nacional».

«A CGTP reivindica para 2006 o aumento do salário mínimo nacional de 364 para 400 euros. É pouco mais de 25 euros que defendemos como aumento salarial, o que é irrisório», explicou este dirigente da CGTP.

Por seu turno, o presidente da CIP lembrou que apenas sete ou oito por cento dos portugueses seriam afectados pelo aumento do salário mínimo nacional.

«Há muitas verbas que não deviam subir 2,5% e que vão subir obrigadas pela subida do salário mínimo», acrescentou Francisco Vanzeller, que defende que o aumento do salário mínimo não deverá ser u8sado como indexante.

O dirigente da CIP disse ainda que a subida de 2,5% do salário mínimo até pode nem ser muito significativa, mas que tudo dependerá da subida da produtividade das pessoas afectadas por este aumento.