Venda das lojas no Brasil permite à Modelo Continente encaixar 500 milhões

O encaixe vai permitir o reforço da solidez financeira da empresa e uma maior agressividade na materialização do plano de investimentos desenhado para a carteira de negócios em Portugal, bem como a distribuição de dividendos, adiantou o responsável em «conference call» com os jornalistas.

Com estes cerca de 500 milhões de euros, a Modelo Continente pretende acelerar o investimento previsto para os próximos 12 meses, ao aplicar cerca de 250 milhões de euros em Portugal nos vários formatos que detém.

A dívida da sub-holding, que ascende actualmente a cerca de 500 milhões de euros, vai ser reduzida com parte do encaixe, adiantou Nuno Jordão, escusando-se no entanto a concretizar qual a percentagem de redução da dívida.

Nuno Jordão adiantou, ainda, que é possível uma distribuição de dividendos, ultrapassados os primeiros seis meses do próximo ano.

A operação é «neutra em termos de afectação dos capitais próprios da modelo continente», enquanto na Sonae SGPS o impacto será de 60 milhões de euros nos resultados consolidados, avança o presidente, adiantando ainda que esta venda e a venda do ínicio do ano ao Carrefour equivalem a 17 vezes o EBITDA do ano anterior (cerca de 45 milhões de euros)

A decisão da Modelo Continente de concretizar este desinvestimento «foi influenciada pela dificuldade da operação em apresentar níveis de rendibilidade superiores ao elevado custo de capital empregue naquele mercado. A dificuldade deveu-se às elevadas taxas de juro reais verificadas ai longo dos últimos anos, que colocam o custo de capital em patamares extremamente elevados», refere o comunicado da Modelo Continente, sobre a operação.

A diminuição do endividamento da empresa conjugada com a sua capacidade de geração de fundos vai, igualmente, permitir estudar oportunidades de investimentos noutros mercados.