«Buraco do BPN é 5 vezes maior que o do caso Madoff» - TVI

«Buraco do BPN é 5 vezes maior que o do caso Madoff»

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BE justifica afirmação pelo peso que o banco tem na economia portuguesa

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O Bloco de Esquerda criticou esta quarta-feira o sistema de Justiça «pela lentidão na investigação e no julgamento dos responsáveis» no caso BPN e disse que, à escala, o «buraco» do banco «é cinco vezes maior» que o do caso Madoff.

«Perante a crescente complexidade da criminalidade económica, a Justiça tem primado pela lentidão na investigação e no julgamento dos seus responsáveis e os cidadãos e contribuintes, que estão a pagar anos e anos de incúria de uma supervisão que permitiu todos os excessos e abusos de alguns banqueiros e gestores, não compreendem que cheguem os dedos de uma mão para contar os arguidos nos escândalos BCP, BPN e BPP», afirmou o deputado do Bloco, citado pela agência Lusa.

«Em Novembro quando anunciou a nacionalização do BPN, o ministro das Finanças falava num buraco de 700 milhões de euros (...) um mês depois já ia nos 900 milhões, coisa pouca perante os 1800 anunciados há um mês pelo actual administrador do banco. Reconheça-se que teve, então, o cuidado de anunciar que o valor poderia ainda não ser esse, avisada declaração ou não soubéssemos agora que já são necessários 2500 milhões (...) para percebermos melhor do que falamos, nada como comparar com a maior fraude financeira na economia norte-americana», acrescentou.

Madoff: sentença rápida

Segundo João Semedo, «comparativamente ao peso da economia, o buraco do BPN é quase cinco vezes maior que o causado pela fraude de Bernard Madoff».

O deputado do Bloco de Esquerda voltou a citar o caso norte-americano para comparar a celeridade nos processos judiciais: «Veja-se o que aconteceu com Bernard Madoff, responsável pela maior fraude financeira nos Estados Unidos, o seu esquema fraudulento, que foi conhecido já os escândalos do BPN eram velhos de quatro meses, já se encontra detido e com sentença marcada para 16 de Junho».

Semedo considerou ainda que «em todos os escândalos [bancários] há um denominador comum», os offshores, e alertou para a necessidade de «uma economia com regras e regulação financeira».

«Os offshores não são paraísos fiscais, são o paraíso da especulação financeira, dos lucros fáceis e do dinheiro sujo do mundo do crime. Ali se tem limpado o dinheiro do narcotráfico, do comércio de armamento e do terrorismo internacional», criticou.
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