Função pública: subir salários é errado nesta crise

A consultora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Teresa Ter-Menassian, considerou esta terça-feira que o aumento dos salários da função pública não é uma medida adequada nesta altura de crise.



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A especialista defende a aplicação de medidas de estímulo orçamental temporárias e reversíveis. O aumento dos salários da função pública não é nem uma coisa, nem outra.



Na conferência «Crise, justiça social e finanças públicas» que decorre na Faculdade de Direito de Lisboa, Teresa Ter-Menassian sublinhou que falava em seu nome pessoal e não em nome do Fundo Monetário Internacional.

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Silva Lopes defende congelamento de salários

Recorde-se que em Outubro de 2008 o Governo decidiu aumentar 2,9% os salários da função pública para o ano de 2009. Na altura, a inflação prevista era de 2,5%, mas entretanto, e devido aos desenvolvimentos da crise económica, a taxa de inflação não deve ir além de 1%.



Também o economista Silva Lopes, presente na mesma conferência, criticou o aumento dos salários da função pública.



«Quer isto dizer que os funcionários públicos vão ter um aumento real de 2%, num ano em que, provavelmente, a economia se contrairá 3%. Alguém vai pagar por isto», disse Silva Lopes, admitindo, no entanto, que, quando a decisão foi tomada, «as perspectivas eram diferentes».



O economista disse ainda que baixar os impostos «era a pior coisa que se podia fazer para o País», e defendeu antes um aumento das transferências para as famílias, numa altura em que existem «tantos desempregados que precisam dessas transferências».



Esta é, de resto, a opção preferida do economista, que criticou ainda o investimento público. Para Silva Lopes, apenas deve ser feito investimento público que estimule a economia.

De resto, o ex-presidente do Montepio Geral defende ainda que se apoiem as exportações, mas sobretudo aquelas que criam valor acrescentado em Portugal e não as que geram valor acrescentado para o exterior.