Cerca de 70% dos serviços da Administração Pública não promoveram a avaliação de desempenho dos seus funcionários.
A estimativa foi avançada em conferência de imprensa, pela frente sindical da função pública, que engloba o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados, o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), o Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato dos Profissionais de Polícia.
Os responsáveis das cinco estruturas consideram que «a avaliação de desempenho não está a correr bem em 2008» e garantem que, pelas informações que recebem dos seus associados por todo o País, «há um elevado número de funcionários que não foram avaliados e que, como tal, não têm direito a prémios nem a progressões de carreira».
Mas estes responsáveis vão mais longe. Para eles, isto é o que o Governo quer. «Esta é a intenção do Governo, ter na prática congelamentos de carreiras, sem ter que o legislar e sem ter que o assumir», acusou o dirigente do STE, Bettencourt Picanço, na conferência.
O pior é que, segundo a Lei, os dirigentes da Administração Pública que não promoverem a avaliação de desempenho devem cessar funções, o que significa que, em teoria, e a verificarem-se os números dos sindicatos, a grande maioria dos dirigentes deverão abandonar os seus cargos.
O problema é que «o Governo tem dados de como as coisas estão a correr, mas não os divulga, ninguém sabe».
«A avaliação não pode ser uma arma para reduzir a remuneração dos trabalhadores», sublinhou.
Sindicatos: 70% dos serviços públicos não foram avaliados
- Paula Martins
- 2 set 2008, 13:46
«Isto é o que o Governo quer: não é preciso legislar mas na prática há congelamentos», dizem
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