A ministra do Trabalho, Helena André, disse esta terça-feira que o braço-de-ferro entre as empresas de Grande Distribuição e os sindicatos sobre a alteração da carga horária para as 60 horas semanais não é da competência do Governo.
«O Governo não interfere com as relações entre o patronato e os sindicatos», disse Helena André, acrescentando: «A responsabilidade do Governo é vigiar e responsabilizar o não-cumprimento da lei. Nesta matéria não há qualquer violação à lei», disse a governante, perante a indignação da bancada mais à esquerda do Parlamento, com Jerónimo de Sousa boquiaberto.
«Temos de nos regozijar pelo facto de terem retomado o processo de negociação entre patrões e sindicatos. É assim que as negociações devem ser feitas e não com intervenção do Governo», sublinhou Helena André.
A ministra do Trabalho falou na Assembleia da República em resposta às questões lançadas por Francisco Louçã que aponta para o novo Código de Trabalho como a causa deste problema.
Os sindicatos dos trabalhadores da Grande Distribuição cancelaram o anúncio de greve para a véspera de Natal, depois de na passada segunda-feira terem-se reunido, de forma informal, com a associação que representa as empresas do sector (APED).
Para os sindicatos, o alargamento da carga horária saiu da mesa de negociações. Já a APED garante que vai manter a proposta de extender, em tempos excepcionais, os horários de trabalho para as 60 horas por semana.
Guerra dos hipers: Governo sacode responsabilidade
- Redação
- RL
- 22 dez 2009, 17:04
Ministra do Trabalho diz que braço-de-ferro entre empresas e sindicatos do sector «não é da competência do Governo»
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