Mulheres e pessoas com menor instrução recorrem mais ao microcrédito - TVI

Mulheres e pessoas com menor instrução recorrem mais ao microcrédito

Executiva [arquivo]

As mulheres e as pessoas menos instruídas recorrem mais do que os homens e licenciados ao microcrédito, disse esta sexta-feira, o presidente da Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), Brandão Alves.

Relacionados
«O perfil de pessoa que recorre ao microcrédito é sobretudo liderado por mulheres (55%) e depois por homens (45%). Normalmente são pessoas que têm habilitações literárias inferiores ao 12º ano, mas 95% têm mais do que a 4ª classe. Apesar de estarem numa situação de desemprego, a maioria já teve uma inserção no mercado de trabalho», realça.

Brandão Alves salienta que «só vêm ao microcrédito aquelas pessoas que não conseguem que os bancos lhes emprestem dinheiro», por falta de garantias e que a associação que preside serve essencialmente para resolver este tipo de situações: «oferecemos a nossa associação como garantia, empenhamento e acompanhamento», ou seja, «fazemos uma espécie de assistência técnica, dando conselhos sobre a forma como devem adquirir créditos e apoios».

A Associação Nacional de Direito ao Crédito conta com um subsídio que é fornecido pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), que surge em função do número de empréstimos que são creditados. Apesar de este ano o subsídio ainda não está totalmente liquidado o valor deve chegar aos 375 mil euros.

«Esse subsídio é mais uma medida que nasce a partir do momento que possibilitamos a construção de emprego. Vai haver uma duplicação do tecto que pode ir até 220 iniciativas, o que em termos de financiamento pode dar cerca de 700 mil euros», acrescentou.

Instrumento para combater pobreza

O presidente da ANDC referiu que para seguir a dinâmica internacional seria necessário que se eliminasse uma parte da pobreza, (cerca de 2 mil milhões de portugueses estão no limiar das maiores dificuldades) de forma a dar resposta a 15 mil solicitações por ano.

«O microcrédito é um instrumento de combate e luta contra a pobreza e a exclusão, que é eficaz. É capaz de atingir os objectivos que define e é eficiente, porque usa menos recursos que outros instrumentos mas tem objectos de aplicação diferentes», salienta.

Segundo o mesmo responsável é necessário encontrar interlocutores capazes de estar atentos e junto deste tipo de pessoas, no sentido de os despertarem para «as diversas alternativas que poderão ter através do microcrédito».

Recorde-se que a ANDC está presente no mercado deste 1999, ano em que passaram a dar a possibilidade dos promotores criarem cerca de 650 empresas, a que correspondem mais de 750 postos de trabalho.

«Chegámos aos 3 dígitos apenas em 2005, com valores de financiamento reduzidos, com um empréstimo médio de cerca de 4.250 euros», salienta.

Brandão Alves refere, ainda, que o microcrédito não é uma via fácil. «Exige um grande empenhamento por parte daqueles que querem «saltar» de situações de dependência em que se encontram, para situações de autonomia, ou seja, para que possam ser «donos das suas próprias vidas».
Continue a ler esta notícia

Relacionados