Descida do desemprego já não reflecte situação actual - TVI

Descida do desemprego já não reflecte situação actual

Secretário Geral da UGT, João Proença

Taxa anual baixou em 2008, de acordo com INE

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As centrais sindicais consideram que a taxa de desemprego em 2008 face a 2007 «ficou aquém do esperado» atendendo à redução da actividade económica registada, e «os números ainda não reflectem a situação actual», refere a agência Lusa.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta terça-feira que a taxa de desemprego atingiu os 7,6 por cento no final de 2008, o que representa um desagravamento face aos 8 por cento de 2007 e traduz um ligeiro aumento face ao trimestre anterior (em que a taxa se situou 7,7 por cento).

Para o secretário-geral da UGT, João Proença, o desemprego em 2008 «ficou um pouco aquém do esperado face ao decréscimo significativo da actividade económica e o que vem ocorrendo» em termos de encerramento de empresas e de redução de postos de trabalho.

Em declarações à agência Lusa, João Proença, salientou, no entanto, que do terceiro para o quarto trimestre já se verificou uma subida do desemprego.

Por isso, «a preocupação é que cresça mais no futuro» o que leva à «necessidade de medidas que possam reduzir o acréscimo de desempregados e combater a crise económica», defendeu João Proença.

O líder da UGT salientou que «pela primeira vez desde 2001 o desemprego baixou em termos anuais, resultado do bom desempenho nos dois primeiros trimestres» de 2008.

CGTP sublinha indícios de agravamento do mercado laboral

Arménio Carlos, da Comissão Executiva da CGTP, alerta para que os números agora divulgados para o ano passado «ainda não reflectem a situação actual, já estão desactualizados».

A preocupação da CGTP vai para a actual conjuntura, com os dados do INE para o quarto trimestre a «indiciar já um agravamento que irá acentuar-se com os próximos números» referentes ao início de 2009.

Por outro lado, «era previsível que no último trimestre se registasse um agravamento do desemprego» e Arménio Carlos realça à agência Lusa a continuação da diminuição da quebra de emprego, do terceiro para o quarto trimestre, principalmente no sector industrial, o que «reflecte uma opção errada do Governo de investimento».

A indústria é um sector produtivo «fundamental para o emprego, para as exportações e um elemento determinante para reduzir o endividamento», defendeu.

Arménio Carlos referiu-se ainda à «elevada rotação entre precaridade e desemprego», pois «mais de 40 por cento das pessoas que procuram os centros de emprego são casos de contratos não renovados».
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