Ministro: negócio com Manuel Fino foi opção de gestão da CGD - TVI

Ministro: negócio com Manuel Fino foi opção de gestão da CGD

Teixeira dos Santos

Empresário entregou 10% da Cimpor ao banco devido a empréstimo que não conseguia pagar

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O ministro de Estado e das Finanças considera que o negócio feito entre a CGD e o empresário Manuel Fino, que passou pela entrega de uma posição de 9,5% no capital da Cimpor ao banco público por parte do empresário, como forma de pagamento por um empréstimo contraído junto da instituição foi «uma opção de gestão da CGD».

Fernando Teixeira dos Santos falava no Parlamento, no debate mensal com o Governo, em resposta à intervenção inicial do deputado do PCP Jerónimo de Sousa. «Essa foi uma decisão de gestão da CGD. A Caixa enfrenta riscos nas operações com os clientes. A evolução dos mercados fez com que as garantias e os activos perdessem valor», explicou o governante.

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«Com esta operação, a CGD evitou ter um prejuízo de 80 milhões de euros nos seus resultados do ano passado», acrescentou.

O PCP levantou ainda a questão das dificuldades de financiamento denunciadas pelos empresários, nomeadamente as pequenas e médias empresas e questionou as ajudas estatais aos bancos em dificuldades, nomeadamente o BPN.

«O Governo tem vindo a conduzir a sua política financeira com a preocupação central de assegurar a estabilidade do sistema financeiro e que os depósitos dos portugueses estão em segurança, qualquer que seja a instituição em que se encontram», começou por dizer o ministro.

Enfoque no crédito às empresas

«Sempre que se registaram problemas de liquidez em que o sistema financeiro foi chamado a acorrer, a CGD também participou e ajudou a reforçar essa liquidez, para que as instituições financeiras não falhassem os compromissos assumidos com os depositantes. O Governo deu indicações à CGD para que assim fosse», acrescentou.

«E também demos indicações, há mais de um ano, quando esta nova administração tomou posse, para que a CGD desse especial atenção ao crédito à economia, ao capital de risco e ao financiamento às pequenas e médias empresas (PME). E foi isso que fez no ano passado. A CGD terminou 2008 com um crescimento de 17% no crédito concedido às PME», concluiu.

Sócrates nega orientações no negócio

A propósito do negócio entre a CGD e Manuel Fino, o primeiro-ministro acrescentou que «as orientações dadas à CGD foram no sentido de dar crédito à economia portuguesa e não quanto a actos de gestão. Este Governo não dá orientações em concreto à Caixa sobre negócios em concreto».

O PCP questionou o Governo sobre a possibilidade de se ter nacionalizado a Sociedade Lusa de Negócios (SLN), dona do BPN, em vez do banco propriamente dito, ao que José Sócrates respondeu: «O Estado tudo fará para defender os depósitos dos portugueses. Mas não nacionalizará empresas sem saber se isso seria uma vantagem ou um prejuízo para os portugueses».
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