Liga da Boa Vontade recebe mais pedidos de ajuda com crise

A Liga da Boa Vontade (LBV) tem recebido mais pedidos de ajuda devido à crise económica, sendo muitas vezes de pessoas com «cerca de 40 e 50 anos» que enfrentam dificuldades, disse à agência Lusa uma responsável da instituição.

A propósito dos 20 anos da LBV em Portugal, que se assinalam segunda-feira, Eduarda Pereira, uma das responsáveis da instituição, referiu que com a crise económica têm aumentado os pedidos de ajuda, sendo muitas vezes de pessoas «que tiveram uma qualidade de vida média e que, de repente, ficaram na miséria», porque «não conseguem pagar a renda da casa ou que só têm dinheiro para pagar a renda de casa mas não têm dinheiro para comer».

A Liga da Boa Vontade, que presta auxílio a pessoas carenciadas e sem abrigo com roupas, alimentos e outros bens, contabiliza cerca de 3 mil voluntários, 500 dos quais activos.

30 mil desempregados em risco de pobreza

«Portugal tem três crises à vista»

Eduarda Pereira salientou que, durante os últimos 20 anos, a instituição tem sabido «ultrapassar» todos os «obstáculos», através do «estímulo» que é receber um sorriso ou um simples agradecimento das pessoas mais necessitadas ou sem retaguarda familiar.

Eduarda Pereira lembrou que a LBV começou no Brasil há cerca de 60 anos, tendo sido criada em Portugal em 1989 e tendo a primeira sede na Rua Santos Pousada, no Porto.

Beneficiários «em risco social»

Além da Área Metropolitana do Porto, a LBV Portugal estendeu a sua acção a outras cidades, como Lisboa e Coimbra, fazendo a distribuição de cabazes (com arroz, massas, óleo, cebolas e outros bens de primeira necessidade) noutros pontos do país durante a Páscoa e o Natal. Os beneficiários são pessoas em «situação de risco social».

Mensalmente são distribuídos cabazes a 100 famílias da área do Grande Porto, sendo que todos os meses essas famílias rodam, com excepção de «alguns vitalícios».

Em Lisboa e no Porto ocorrem acções semelhantes, mas sem a mesma periodicidade.

Segundo Eduarda Pereira, a LBV Portugal tem «outra vertente que é a caridade», mais vocacionada para as pessoas sem abrigo e que vivem nas ruas de Lisboa e Porto, as quais recebem leite, roupa e outros bens, além do apoio de técnicas de acção social que os incentivam à reinserção social e profissional.