Combate à corrupção é prioridade para a PJ - TVI

Combate à corrupção é prioridade para a PJ

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O director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, afirmou esta quarta-feira, no Porto, que o combate contra a corrupção é uma «prioridade» na actividade daquela polícia de investigação, mas frisou que a situação em Portugal não é muito grave.

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«É preciso dizer que os números portugueses não são tão disfuncionais como alguma retórica pode, às vezes, deixar parecer», afirmou Alípio Ribeiro, em declarações aos jornalistas, depois de ter participação na inauguração da exposição «Contra a Corrupção: Integridade e Transparência».

As estatísticas apresentadas na exposição indicam que Portugal se encontra no grupo dos países em que o controlo da corrupção se situa entre 75 e 90 por cento, surgindo ainda o país no 19º lugar na lista de custos de corrupção nos negócios.

Esta lista, que inclui 105 países de todo o mundo, é liderada pela Islândia, com 6,9 pontos, surgindo Portugal em 19º lugar, com 5,9 pontos.

A exposição, que estará patente até 30 de Junho na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, é uma iniciativa conjunta da PJ, Direcção Geral de Contribuições e Impostos e Inspecção-Geral de Finanças.

Alípio Ribeiro recordou que a nova lei orgânica da PJ criou uma «unidade com vocação nacional» para o combate contra a corrupção, mas alertou que este fenómeno «não existe só por si».

«A corrupção existe associada a uma criminalidade organizada muito complexa e é nesse âmbito que a nova estrutura vai trabalhar», afirmou, acrescentando que se trata de «um sério investimento da PJ nesta área».

Relativamente à situação em Portugal, os dados divulgados na exposição mostram uma variação pequena do número de casos de corrupção investigados nos últimos anos, o que Alípio Ribeiro atribuiu ao facto das estatísticas apenas se referirem aos casos de corrupção no sentido estrito.

«Temos que associar a corrupção a fenómenos de criminalidade organizada, como o tráfico de droga, a evasão fiscal ou o branqueamento de capitais e aí teremos outros números», afirmou.

Os dados patentes na mostra indicam que foram recebidas no ano passado 341 participações relativas a casos de corrupção e que 41% dos inquéritos em investigação, em Dezembro de 2006, se referiam à administração local.

O director nacional da PJ escusou-se ainda a adiantar quais os sectores portugueses mais afectados pela corrupção, apesar de ter admitido que a existência de muitos centros de decisão no poder local pode contribuir para um aumento de casos.
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