Soares Carneiro diz que «há guerras que não se devem travar» - TVI

Soares Carneiro diz que «há guerras que não se devem travar»

Soares Carneiro

Ex-administrador da PT assegura que nada tem a ver com o alegado plano para a compra da TVI. Leia a carta

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Soares Carneiro, que renunciou esta segunda-feira ao cargo na PT, assegura que não está relacionado com o alegado plano para a empresa de telecomunicações comprar a TVI.

Leia aqui a carta na íntegra

«Face Oculta»: Soares Carneiro demite-se da PT

«Como já muitos terão reparado, nenhum dos episódios referidos, ou qualquer outro dos divulgados pela comunicação social, me liga ao falhado processo de aquisição da TVI pela PT, com o qual nada tive a ver», afirma Soares Carneiro num comunicado enviado à Lusa.

«Não renuncio ao cargo de administrador da PT SGPS SA para defender a honra hipoteticamente manchada. Na realidade, a minha honra profissional é um bem sólido, com quase 40 anos de prestigiada carreira, e a minha honra pessoal é algo que eu não dou azo a que seja discutido na praça pública», sublinha o gestor.

As duas razões para a renúncia

Soares Carneiro explica ainda que a renúncia tem por base duas razões: «A vaga pseudo-ética de uma certa opinião pública pretensamente ofendida, por intervenção de interesses que desconheço, tem a capacidade de transformar o pouco em muito e, pura e simplesmente, deixa de haver instrumentos para travar uma luta justa. É um David contra Golias, mas sem funda ou pedras», refere na explicação enviada à Lusa.

A segunda razão para a demissão, segundo o gestor, é que no exercício do cargo de «administrador de uma empresa cotada, há que ter sempre o discernimento de avaliar quando se passa do lado dos activos para o dos passivos do balanço da credibilidade pública institucional».

«Eu estou há muito nesta vida de gestor e começo a ter a percepção de atravessar essa fronteira, algo que os meus princípios éticos e deontológicos não entendem nem aceitam.

Há pois que ter a coragem de, sem grandes ruídos, mudar de rumo e assumir, mesmo sem qualquer culpa ou responsabilidade, que há guerras que não se devem travar, pois não são materializáveis», realça, deixando ainda um agradecimento a todos os que fizeram da sua passagem pela PT «uma experiência agradável».
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