Empresas gastam 4,4% da massa salarial em benefícios de saúde - TVI

Empresas gastam 4,4% da massa salarial em benefícios de saúde

  • Sónia Peres Pinto
  • 28 out 2008, 16:11
Medicina

Planos de saúde privados e exames periódicos de vigilância da saúde são os mais utilizados

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As empresas portuguesas estão a gastar cerca de 4,4 por cento da sua massa salarial na disponibilização de benefícios de saúde, um número que fica, no entanto, abaixo da média europeia em que ronda os 5,3%. Esta é uma das conclusões do relatório «Pan-European Health Benefits» da Mercer.

Segundo o mesmo documento, em Portugal mais de metade dos colaboradores (58%) não efectuam qualquer contributo financeiro para adesão aos benefícios de saúde disponibilizados pela sua empresa, um valor muito semelhante ao do resto da Europa (57%).

«Comparando com os EUA, onde os colaboradores normalmente pagam cerca de um quarto do custo dos seus benefícios de saúde, as empresas situadas na Europa ainda têm algum espaço de manobra para equilibrar a dimensão dos custos e dos benefícios, de forma directa no financiamento ou através do próprio desenho dos planos com medidas de partilha de custo mais eficazes», salienta o consultor sénior da Mercer, Paulo Fradinho.

De acordo com este estudo, nove em cada 10 empresas portuguesas dizem que teriam dificuldades em reter os colaboradores com melhor desempenho se não oferecessem benefícios de saúde competitivos. «Estes programas são particularmente valorizados como uma ferramenta de atracção de colaboradores em países que, por questões demográficas ou económicas, têm uma base reduzida de talentos», acrescenta o responsável.

Aumento dos custos

O que é certo é que o custo com os benefícios de saúde está a subir. Na Europa, em 2007, o crescimento médio dos custos por colaborador foi de 5%.

No entanto, as empresas em países com modelos de financiamento dos serviços públicos de saúde através de impostos têm mais possibilidades de reportar um crescimento dos custos, comparando com os países que têm modelos baseados em seguros (55% contra 43%).

Apesar disso, quase um terço dos participantes portugueses (32%) afirmaram que não deverão efectuar alterações aos seus actuais programas para conterem este aumento de custos. Ainda assim, quando questionados sobre que mudanças fariam, 40% afirmaram que restringiriam o nível de cobertura do plano, enquanto 45% passariam parte ou a totalidade do custo para o colaborador.

Alguns inquiridos também salientaram que alargariam a implementação de programas de benefícios flexíveis para gerir os custos e melhor responder às necessidades dos colaboradores.

Planos de saúde privados

As empresas portuguesas disponibilizam aos seus colaboradores um variado grupo de benefícios relacionados com a saúde. Os benefícios mais comuns são os planos de saúde privados e exames periódicos de vigilância da saúde, oferecidos por 77% e 72% das empresas participantes, respectivamente.

O subsídio de doença pago pela empresa é concedido por 57% das empresas portuguesas que participaram no estudo e os benefícios relacionados com estomatologia por 55%.

As empresas portuguesas também oferecem uma variedade de programas concebidos para melhorarem a saúde e a produtividade dos colaboradores, desde a inscrição em ginásios (28%), até programas de cessação tabágica (38%) e aconselhamento nutricional (13%).

Já a flexibilidade em termos de férias e de horas de trabalho é oferecida por 47 e 33%, respectivamente, principalmente para apoiar a atracção e retenção de colaboradores.

Participaram neste estudo, entre Maio e Junho de 2008, mais de 800 empresas (das quais 60 portuguesas), situadas em 24 países europeus.
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