UGT acusa CIP de provocar «constrangimentos» à negociação salarial

O secretário-geral da UGT, João Proença, acusou esta terça-feira a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) de tentar provocar «constrangimentos» à negociação de aumentos salariais e sublinhou que acordo relativo ao Salário Mínimo Nacional «deve ser rigorosamente respeitado».

«Nada nesta crise põe em causa este acordo», referiu o dirigente, citado pela agência «Lusa», durante o encerramento das comemorações dos 30 anos da UGT.

A CIP disse segunda-feira que quer que o Governo convoque «rapidamente» os parceiros sociais para uma reunião na Concertação Social para discutir o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN), alegando que os pressupostos macroeconómicos em 2006 são diferentes dos de hoje.

Em causa está um acordo tripartido assinado em Dezembro de 2006 na Concertação Social, que estipulou que o SMN seria fixado em 403 euros, em 2007, atingir o valor de 450 euros em 2009 e os subir para 500 euros em 2011.

Aumento só atinge 4 a 5% dos trabalhadores

Em declarações aos jornalistas no final da cerimónia, João Proença esclareceu que este aumento vai atingir apenas entre 4 a 5 por cento dos trabalhadores por contra de outrem, cerca de 200 mil, mas reveste-se de uma grande «justiça social».

«Introduz um referencial que não levanta problemas à economia e não tem consequências sobre o emprego, mas introduz justiça social. É lamentável que os empresários levantem agora este problema», disse.

Para João Proença, a proposta da CIP é «uma tentativa de causar constrangimentos à negociação salarial e à subida dos salários».

O ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, garantiu também hoje que o Governo «vai manter-se fiel aos compromissos assumidos» relativos ao aumento gradual do SMN e que «não há razão» para este ser alterado.