Crédito à habitação: taxa fixa ou variável? - TVI

Crédito à habitação: taxa fixa ou variável?

Juros

Euribor estão em mínimos e economistas acreditam que BCE vai começar a subir o preço do dinheiro na recta final de 2010 ou início de 2011

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Se anda a pensar em fixar a taxa de juro do seu crédito à habitação, mas ainda não conseguiu decidir se é a melhor altura, esta pode ser a hora H.



Com a taxa de juro do Banco Central Europeu (BCE) em 1%, o valor mais baixo de sempre, e as taxas Euribor também em mínimos históricos, os economistas são unânimes: daqui para a frente elas só podem subir. A única dúvida é saber quando e quanto: alguns especialistas apontam para o terceiro trimestre de 2010, outros mais para o final do ano que vem, e há mesmo quem acredite que a primeira subida só chegará em 2011.



Seja como for, uma vez reiniciada a subida das taxas do BCE, é certo que as Euribor vão acompanhar. A optar pela taxa fixa, o ideal é fazê-lo quando as taxas estão bem baixas e se perspectiva que daí a algum tempo comecem a subir. Soa-lhe familiar? É isso mesmo, esta pode ser a altura ideal.



O que dizem os especialistas



Para os especialistas contactados pela Agência Financeira, fixar a taxa de juro num crédito à habitação só deve ser feito pelo prazo em que achar que compensa.



Normalmente as taxas fixas oferecidas pelos bancos situam-se cerca de dois pontos percentuais acima da taxa Euribor actual. Ou seja, quem quiser fixar a taxa a cinco anos, por exemplo, encontrará nos bancos ofertas a rondar os 3%, a que acresce o spread. Para já, pagará mais do que pagaria na taxa variável. Mas se achar expectável que as Euribor comecem a subir daqui a um ano, e atinjam níveis superiores a esses 3% dentro do prazo de 5 anos, então talvez compense pagar mais agora, para depois não sentir essa subida.



Faça aqui a simulação de quanto pagaria se fixasse a taxa do seu empréstimo

Vinay Pranjivan, especialista da Deco, sublinha à Agência Financeiraque «há um risco associado à taxa fixa, que tem a ver com a presunção quanto às perspectivas para as taxas variáveis». Ou seja, «o banco vai propor uma taxa fixa. A dúvida do consumidor é saber se vale ou não a pena. Isso depende apenas da expectativa que existe sobre a evolução da taxa variável».



Ou seja, se contratar a taxa fixa a cinco anos, por exemplo, deve fazê-lo apenas se achar que, nesses cinco anos, as Euribor vão subir mais do que a taxa fixa a contratar.



Para tentar ajudar o leitor, a AF recolheu algumas previsões. Por exemplo, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) prevê que a taxa juro do BCE vai atingir 2% em 2011. Mas, se olharmos para os futuros, vemos que o mercado perspectiva mais subidas nos anos seguintes. A taxa forward [que traduz a expectativa do mercado sobre a evolução futura da taxa de juro] aponta para um valor a rondar os 4% daqui a cinco anos.



«É uma questão muito própria. Com a taxa em mínimos e com spreads tão altos, a taxa variável ainda está abaixo da taxa fixa. Mas isso pode mudar daqui a um ano ou dois. No fundo, o consumidor tem de decidir se quer ou não acompanhar o mercado. No fundo, é como um jogo, em que o consumidor assume um risco», sublinha Vinay Pranjivan.



Estabilidade ou acompanhar o mercado?



O consumidor tem de decidir se prefere assegurar uma taxa estável, o que lhe permite fazer planos com maior segurança, sabendo antecipadamente quanto vai pagar em cada mês, ou se arrisca sofrer os altos e baixos das taxas de juro e assim garante que nunca paga mais nem menos do que tem de pagar.



A AF recolheu as ofertas dos vários bancos. No caso da CGD, por exemplo, a taxa a cinco anos está nos 3,15%, a que acresce o spread. Uma taxa não muito diferente oferece o Millennium bcp: 3,3%, para o mesmo prazo. Já o BES, oferece uma taxa fixa de 2,8%.



O BPI não apresenta uma taxa fixa a cinco anos, mas quem quiser fixá-la a 10 anos, poderá contar com um valor entre os 4,646 e os 4,959%, consoante o montante do financiamento e da percentagem do valor do imóvel que é financiada.
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