O que vai mudar com a Televisão Digital Terrestre? - TVI

O que vai mudar com a Televisão Digital Terrestre?

  • Rui Pedro Vieira
  • 1 abr 2008, 15:49
Televisão

Mais canais, interactividade e publicidade dispersa são consequências

Relacionados
Já se fala num quinto canal generalista em sinal aberto, cujo concurso arranca em Outubro, mas a Televisão Digital Terrestre (TDT) vai trazer consigo outras implicações.

No entanto, as muitas questões colocadas em torno do fim do sinal analógico, previsto para 2012, poderão não se aplicar a uma larga faixa populacional, seja porque já tem televisão por cabo (e por isso não fica dependente do sinal digital único) ou porque acabará por adquirir até essa data um televisor com receptor apropriado (os novos LCD já vêm preparados).

Ainda assim, quem escapar a estas condições, terá mesmo que adquirir uma «set top box», aparelho capaz de descodificar o sinal digital tanto dos canais abertos como pagos, cujo preço deverá rondar os 70 a 150 euros.

A operação de reconversão para a TDT já foi avaliada em cerca de 700 milhões de euros, mas hoje sabe-se que a mesma passagem para a rede digital poderá custar entre 100 e 200 milhões.

Um 5º canal em sinal aberto

Tem dividido opiniões, mas o quinto canal generalista vai mesmo avançar, para o qual já se mostraram interessados os grupos de media Cofina e Controlinveste.

Recorde-se que o Governo aprovou em Janeiro uma resolução prevendo o lançamento de um concurso público para a abertura de um novo canal generalista em sinal aberto na televisão portuguesa, possibilitado pela existência de espaço remanescente conseguido graças à adopção da TDT.

Esta plataforma permitirá também lançar um canal em alta definição que, segundo determinou o Governo, irá emitir programas dos vários canais generalistas de sinal aberto: RTP1 e RTP2, SIC, TVI e o quinto canal.

Mais canais regionais

O concurso da TDT prevê ainda a atribuição de licença de canais regionais, quando já se conhece a Região Norte TV, o Porto Canal e se constatam as movimentações no sentido da criação de estações de televisão do Alentejo e Algarve (o S-TV e a Tele7, respectivamente).

Estes esforços sucedem-se às primeiras estações de cariz regional surgidas na televisão por cabo, o Canal de Notícias de Lisboa (CNL) e a NTV (do Porto), que hoje deram lugar à SIC Notícias e à RTP-N.

Publicidade mais dispersa

Os directores das estações generalistas privadas, Impresa e Media Capital, já vieram a público expressar as suas dúvidas quanto às repercussões da criação do 5º canal no mercado publicitário.

Com a TDT poderão haver mais canais, mas isso implicará maior dispersão das receitas publicitárias, algo que não está a agradar aos donos da SIC e da TVI.

Recorde-se que, só no terceiro trimestre de 2007, os anúncios contribuíram com cerca de 75 por cento das receitas das duas estações privadas.

Mais interactividade

Melhor qualidade de imagem, som e alta definição são os atributos imediatos com a entrada da TDT. A tecnologia vai ainda possibilitar a recepção da Internet através da televisão.

As opiniões são também unânimes no que diz respeito às mais-valias em matéria de interactividade, nomeadamente ao nível da gravação de programas, numa lógica de visionamento de acordo com as necessidades de cada espectador. A emissão com multicâmaras e os serviços de «pay-per-view» podem também ganhar espaço.

Contudo, a maioria destes serviços-alguns já permitidos por novos serviços de televisão por cabo-só poderão ter lugar se existir um canal de retorno e um canal para o telespectador poder enviar informações.

Quanto ao modelo de TDT a implementar, tudo aponta para o europeu, o Digital Video Broadcasting-Terrestrial (DVB-T), sendo que ainda existem o americano Advanced Television Systems Comitte (ATSC) e o japonês Integrated Services Digital Broadcasting-Terrestrial (ISDB-T).
Continue a ler esta notícia

Relacionados