Indústria dos media quer auto-regulação para «product placement»

Os representantes da indústria dos media em Portugal defenderam esta quinta-feira, numa reunião do conselho consultivo da Entidade Reguladora da Comunicação Social, que os problemas relativos à chamada publicidade encoberta («product placement») sejam resolvidos por via da auto-regulação.

«Da discussão entre os vários representantes saiu um entendimento geral de avançar para a auto-regulação» no que diz respeito ao «product placement» (utilização de produtos com a marca bem visível em séries e filmes como forma de fazer publicidade), disse à «Lusa» o secretário-geral da Confederação de Meios, Rui Ramos Pereira.

A discussão sobre o tema do «product placement» surgiu na sequência da aprovação definitiva, no mês passado, pelo Parlamento Europeu, da directiva «Televisão Sem Fronteiras» que permite emitir novos tipos de publicidade em televisão e reduz os intervalos para anúncios durante programas de informação ou filmes.

O novo documento, que deverá estar em vigor em cada Estado-membro num prazo máximo de dois anos, determina, entre outras coisas, que todos os programas (excepto os infantis) possam recorrer ao «product placement», desde que avisem os telespectadores no início e no fim dos programas.

As várias associações do sector-representadas no conselho consultivo da ERC-«vão fazer um levantamento das condições em que o «product placement» pode e é feito em Portugal para depois elaborar um projecto conjunto» sobre a forma como o genéro publicitário deve ser regulado, adiantou Rui Ramos Pereira.

O mesmo responsável disse ainda que, na reunião, faltou discutir o tema da publicidade enganosa, tendo sido decidido realizar outro encontro para debater esse tema.

A directiva europeia aposta já na auto-regulação, promovendo a adopção pelas empresas desta forma de regulação para limitar a publicidade a alimentos e bebidas com altos níveis de gordura, sal ou açúcar durante os programas infantis.

O conselho consultivo da ERC, que reúne duas vezes por ano, é composto por representantes da ACMedia, da Associação Portuguesa de Anunciantes, da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação, da Autoridade da Concorrência, do Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas-CENJOR, da Comissão de Análise e Estudos de Meios, da Confederação Portuguesa de Meios de Comunicação Social, da direcção-geral do Consumidor, do Gabinete para os Meios de Comunicação Social, do Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade e do Instituto do Cinema e do Audiovisual.