28 economistas pedem para Governo reavaliar grandes obras - TVI

28 economistas pedem para Governo reavaliar grandes obras

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Nomes como Eduardo Catroga, Silva Lopes, Campos e Cunha, Miguel Cadilhe ou João Salgueiro pedem novas análises a investimentos como o TGV ou o novo aeroporto

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São 28 nomes. A nata dos economistas, com oito ex-ministros das Finanças incluídos. Juntos lançam este sábado um forte apelo ao Governo: é preciso reavaliar os investimentos dispendiosos, com pouca ou nenhuma rentabilidade e com números incertos ao nível da criação de emprego.

O alerta passa então por pedir novas análises à viabilidade de obras como o TGV, o novo aeroporto e novas auto-estradas, projectos que podem ser assumidos como de «alto risco».

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Entre os subscritores desta acção estão João Salgueiro, Medina Carreira, Eduardo Catroga, Miguel Cadilhe, Campos e Cunha, Miguel Beleza ou Silva Lopes.

«O documento não deve transformar-se num cavalo de batalha política», disse o economista Daniel Bessa à agência Lusa, que é um dos subscritores do texto que é apresentado oficialmente no sábado.

As quase três dezenas de economistas e empresários, contactadas por Alexandre Patrício Gouveia e Eduardo Catroga para a subscrição do documento, foram convidadas a «apresentar um documento anexo com o seu entendimento sobre os projectos».

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«Eu próprio agreguei um texto em que fiz uma análise do investimento público e do contributo que ele tem na indução do investimento privado», disse Daniel Bessa.

Em declarações à agência Lusa, o antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva, Eduardo Catroga, sublinhou que «este não é um documento contra as obras públicas do Governo, mas sim um alerta para a necessidade de adaptar os investimentos às condições económicas».

Nogueira Leite de fora

Quem não assinou o documento foi António Nogueira Leite, que explicou que, apesar de concordar com o teor e de «ter sido contactado, antes das eleições europeias, para subscrever o manifesto», decidiu não o fazer.

«Não faz sentido repetir a subscrição do manifesto que é, na substância, igual ao que subscrevi com mais doze economistas em 2005», disse Nogueira Leite.

Campos e Cunha e Silva Lopes são outros dos economistas que assinam o manifesto, e que sublinham a necessidade de separar a discussão técnica do debate político.

«Não é contra as grande obras públicas», mas «é a favor de uma reavaliação» dos investimentos, disse Campos e Cunha.

Silva Lopes disse, por seu turno, recear que o documento seja utilizado para fins político: «Tenho algum receio que [o manifesto] seja explorado para a luta política e rejeito esta manipulação. O meu objectivo é puramente técnico», disse.
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