Crise: hotéis de luxo já pensam em suspender serviços - TVI

Crise: hotéis de luxo já pensam em suspender serviços

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Quebra na ocupação é de 17,5% nos últimos cinco meses

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Os hotéis de cinco estrelas lisboetas começaram já a analisar a suspensão de serviços contratados no exterior, uma forma de enfrentar a quebra de ocupação que nos últimos cinco meses atingiu 17,5 por cento, disse este sábado fonte do sector.

«Se este panorama se mantiver por mais algum tempo, como se espera, estas empresas vão fazer o mesmo que outros sectores e, eventualmente, suspender serviços contratados fora, como o serviço de quartos», avançou à agência Lusa o director do Gabinete de Estudos e Estatísticas da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Luís Mourão.

As unidades hoteleiras de cinco estrelas localizadas em Lisboa já estão a ser afectadas pela crise mundial e, entre Setembro de 2008, quando se agravou a situação internacional, e Janeiro deste ano, a taxa de ocupação caiu 17,5 por cento e o preço médio por quarto disponível (RevPar) desceu 15%.

«Apesar de uma subida de 2,5% no preço médio por quarto vendido, não se registou um acréscimo real, uma vez que reflecte a subida da inflação», realçou também Luís Mourão

A queda do número de clientes nestes hotéis é generalizada a todos os mercados emissores, acrescentou.

As soluções possíveis

Para enfrentar a situação de crise, agravada pelo facto de esta área de negócio ter custos fixos entre 70 a 80% do total, os hotéis de cinco estrelas optam por várias vias.

Mais agressividade nas acções comerciais, promoção em mercados externos localizados ou reforço de competências internas para gerir diversos canais de distribuição são algumas das formas encontradas, apontou Luís Mourão.

Segundo a AHP, Lisboa tem 14 hotéis de cinco estrelas.

Os últimos dados disponíveis do Turismo de Lisboa referem que, nos 12 meses terminados em Janeiro, na região de Lisboa, os hotéis de cinco estrelas registaram uma quebra de 35,3% face a igual período do ano anterior, ficando nos 28,6%.

O RevPar, indicador relacionado com as receitas obtidas, registou uma quebra de 34,9%, nos 12 meses terminados em Janeiro, para 37,1 euros.

O preço médio por quarto vendido nos cinco estrelas é dos poucos elementos com evolução positiva na região de Lisboa, naquele período, embora com uma subida ligeira, de 0,6%, para 129,7 euros, o que reflecte a opção por manter os valores cobrados aos clientes praticamente inalterados.
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