Crise leva portugueses a trocarem hotéis por motéis - TVI

Crise leva portugueses a trocarem hotéis por motéis

Móteis (Foto: ANDRE KOSTERS/LUSA)

Dormidas em motéis crescem mais de 50% em Janeiro

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A crise financeira começa a ter impactos ao nível da oferta turística. Os estabelecimentos hoteleiros registaram no total 1,7 milhões de dormidas em Janeiro, menos 7 por cento do que no mesmo mês de 2008.

No entanto, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), os portugueses estão a trocar as dormidas em hotéis por motéis. Ou seja, há quem esteja a ganhar com a crise e a respectiva mudança de hábitos. Assim, se as dormidas em hotéis recuaram 10,1% para 942 mil dormidas, no caso dos motéis o crescimento foi de 52,8% em Janeiro para 28 mil dormidas.

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«A desagregação das dormidas por tipo de estabelecimento evidencia uma acentuada redução nas tipologias mais importantes, nomeadamente nos hotéis, que concentraram mais de 50% do total de dormidas e que, pelo terceiro mês consecutivo, apresentam quebras homólogas superiores a 10%», refere a mesma análise do INE.

Resultados semelhantes verificam-se nas pensões e nos hotéis-apartamentos (que recuaram 3,9%), embora estes últimos apresentem uma variação homóloga negativa de menor dimensão.

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«Pelo contrário os motéis, os aldeamentos (mais 3,7%) e apartamentos turísticos (mais 2,5%) tiveram um desempenho positivo, com destaque para o forte crescimento das dormidas nos motéis», diz ainda o INE.

No geral, os proveitos totais dos hotéis recuaram 11,6% para 81,6 milhões de euros, enquanto os de aposento desceram 10,8% para 51,6 milhões. Neste período, a estada média foi de 2,6 noites e a taxa de ocupação de 21,8%.

Dos principais mercados emissores, que representaram cerca de 70% das dormidas, é de assinalar a inversão de comportamento no mercado espanhol que, depois de um período de decréscimos consecutivos, apresentou em Janeiro um crescimento homólogo de 3,2%.

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As maiores quebras nas dormidas verificaram-se na região de Lisboa, com menos 12,9%, Madeira, menos 10,6%, e no Algarve, menos 6,1%, que são por tradição as principais regiões turísticas do país.

Em Lisboa, embora se verifique uma relativa estabilidade do mercado espanhol (mais 0,3%), os restantes principais mercados apresentaram resultados negativos, de 26,3% para o mercado alemão, 25% para o francês, 16,9% para o brasileiro e 11,6% para o italiano.

Já na Madeira observa-se a redução da procura por parte dos dois principais mercados, o britânico (menos 11,8%) e o alemão (menos 12,5%), responsáveis por mais de 60% do total das dormidas de não residentes.

No Algarve verifica-se igualmente uma quebra dos mercados britânico (menos 15,3%) e alemão (menos 12,5%), cujos resultados foram atenuados pelo desempenho do mercado interno, que apresentou um acréscimo homólogo de 10,9%.

«Pelo contrário, a região dos Açores manteve a evolução positiva generalizada dos seus principais mercados, eventualmente como resultado de campanhas promocionais associadas ao movimento de operadores turísticos que actuam junto dos mercados tradicionais da região, assim como de novos potenciais mercados a nível europeu», conclui o INE.
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