Marinha investe 500 milhões em novos navios e lanchas - TVI

Marinha investe 500 milhões em novos navios e lanchas

Ministro da Defesa

Contratos a cinco anos formalizados com Estaleiros Navais de Viana do Castelo

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A Marinha portuguesa assinou esta terça-feira com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) contratos para a construção, nos próximos cinco anos, de navios e lanchas, cujo valor ascende a 500 milhões de euros.

Segundo o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, citado pela agência Lusa, os contratos dizem respeito à construção de cinco lanchas de fiscalização costeira, com possibilidade de opção por mais três, seis navios de patrulha oceânica (NPO) e dois navios de combate à poluição.

Estes contratos significam uma «reprogramação» do plano de reequipamento da Marinha, que previa a construção de oito NPO e de cinco lanchas de fiscalização costeira.

De acordo com os prazos avançados pelo ministro, o primeiro NPO será entregue à Marinha em Janeiro de 2010 e o segundo seis meses depois.

À espera de luz verde

O «esqueleto» dos dois navios já está construído e as embarcações já estão em água desde finais de 2005, à espera de luz verde para conclusão dos trabalhos, para que possam ser entregues à Marinha.

Inicialmente, a entrega chegou a estar prevista para 2006, mas o processo atrasou-se e foram fixados novos prazos, dessa vez para finais de 2008 e inícios de 2009, que também não foram cumpridos.

Severiano Teixeira admitiu que «não é justificável um atraso tão grande», mas ressalvou que «este é o primeiro navio de uma série que é nova», pelo que houve necessidade de «afinar detalhes técnicos, para que os navios cumpram todos os requisitos».

«O problema está ultrapassado», afirmou, garantindo que desta vez os prazos de entrega serão cumpridos.

Os NPO vão substituir as corvetas da classe João Coutinho, já com 40 anos de vida.

Alemanha como parceira

Em relação às lanchas de fiscalização costeira, que vão substituir os barcos patrulha da classe «Cacine», datados de 1970, a primeira será entregue até final de 2012, o segundo par em 2013 e o terceiro par em 2014.

O projecto das lanchas será desenvolvido numa parceria com um estaleiro alemão «muito importante a nível europeu e com muita experiência em navios militares de alta complexidade», o que, segundo Severiano Teixeira, constitui uma «enorme mais-valia» para os ENVC e poderá mesmo abrir novos mercados à empresa.

«Este projecto de reequipamento da Marinha é de interesse nacional. A Marinha precisa de navios com tecnologia adequada ao cumprimento da sua missão, os ENVC precisam de os construir», sublinhou o ministro.

Acrescentou que os contratos assinados esta terça-feira significam «um voto de confiança» na capacidade dos ENVC, precisamente numa altura em que a credibilidade da empresa tem sido posta em causa, não só pela demora na construção dos NPO quer, no último fim-de-semana, pelos alegados problemas na construção de um ferry-boat encomendado pelo Governo Regional dos Açores.
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