Ministro afasta cenário de agravamento drástico do desemprego - TVI

Ministro afasta cenário de agravamento drástico do desemprego

Vieira da Silva

Quanto maior o crescimento económico menor o desemprego. Mas essa lógica tem de ser encarada num período mais prolongado, alerta

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O ministro do Trabalho recusou esta terça-feira a existência de dados que apontem para um drástico agravamento do desemprego em 2009, alegando que não há uma relação obrigatoriamente directa entre as variáveis do emprego e do crescimento.

Falando aos jornalistas nas Jornadas Parlamentares do PS, Vieira da Silva referiu que os últimos dados oficiais apontam para uma taxa de desemprego (de 7,3 por cento mais baixa em 2008 do que a estimativa para 2009), de 7,6 por cento, avança a «Lusa».

«Estamos a trabalhar com dados agregados. Infelizmente, a nossa previsão não é de continuidade da anterior tendência sólida. Os dados do Instituto de Emprego apontavam nos últimos nove meses para uma diminuição acentuada da taxa de desemprego», sustentou.

No entanto, logo a seguir, o membro do Governo adiantou que, por outro lado, «também não há dados que apontem para uma variação drástica do desemprego em Portugal».

«É certo que quanto maior o crescimento económico menor o desemprego. Mas essa lógica tem de ser encarada num período mais prolongado», ressalvou, numa alusão à previsão do Governo de que a economia portuguesa só crescerá 0,6 por cento no próximo ano.

Confrontado com as dúvidas sobre a forma de compatibilizar uma previsão de crescimento de 0,6 por cento para 2009, que representa uma quebra face a este ano, com uma previsão de taxa de desemprego idêntica em 2008 e 2009, na ordem dos 7,6 por cento, Vieira da Silva recusou a existência de uma relação obrigatoriamente directa entre as duas variáveis.

«Posso dar exemplos de crescimentos económicos de dois por cento em que o desemprego aumentou», argumentou.

Previsão prudente

De acordo com o membro do Governo, «não é a mesma coisa uma economia estar a passar de uma situação de crescimento elevado para uma situação de crescimento moderado, ou uma economia que estar a passar de uma situação de recuperação para uma situação de abrandamento dessa recuperação. Os efeitos no emprego não são exactamente os mesmos», defendeu.

Vieira da Silva insistiu depois que o Governo «fez uma previsão prudente» na proposta de Orçamento do Estado para 2009 no que respeita à evolução do emprego.

«Essa previsão não é optimista, mas também não há razão para validar cenários pessimistas», disse.
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