Condenação dá coragem a docentes

As agressões a professores têm sido «prato do dia». O PortugalDiário recebeu dos seus leitores diversas denúncias de situações de docentes vítimas de violência, quer física, quer psicológica. Esta sexta-feira, uma mãe que agrediu a professora da filha foi multada em dois mil euros e ainda tem de pagar indemnização. Professores vêem condenação como «impulso».

«É a primeira vez que temos conhecimento que uma pessoa é condenada por agredir um professor, em Portugal. Esperamos que funcione como exemplo», diz ao PortugalDiário Arminda Bragança, da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE).

Apesar de «as queixas terem vindo a aumentar de ano para ano», ainda «há muitos professores que não se queixam, por medo ou por recearem porem a nu a sua fragilidade», explica a representante sindical.

A representante da FNE considera que a condenação da mãe agressora «poderá funcionar como referência e garantia de que o sistema funciona e há justiça, de que os agressores não ficam impunes».

Também a Federação Nacional de Professores (Fenprof) congratula-se pelo resultado do julgamento que remonta a uma agressão que ocorreu em 2000 e cuja sentença foi conhecida hoje.

«Pode servir de exemplo, tanto para os professores, aos dar-lhes coragem para avançar com queixa ao provar-lhes que têm o direito de bater-se por justiça, como para ao possíveis agressores, o público em geral e mesmo os políticos, ao provocar uma reacção de mais respeito pelos professores», diz ao PortugalDiário Francisco Almeida, da Fenprof.

Uma mãe acusada de ter agredido a professora da filha na sala de aulas em Repeses, Viseu, foi hoje condenada ao pagamento de 1.875 euros de multa e de 1.500 euros de indemnização por danos não patrimoniais.

O Tribunal de Viseu considerou provado que em Setembro de 2000, a mãe, Maria de Belém Silva, «agarrou pelos cabelos a ofendida, atirou-a ao chão e pisou-a com os pés», só não tendo prosseguido a agressão porque foi impedida por uma funcionária da escola.

Além da indemnização de 1.500 euros à professora, terá também de pagar 89,28 euros ao Hospital de S. Teotónio, onde esta foi assistida.