Sócrates: «Dr. Passos Coelho, pare lá com essa política de casos» - TVI

Sócrates: «Dr. Passos Coelho, pare lá com essa política de casos»

Candidato socialista responde à mais recente acusação lançada pelo PSD

O primeiro-ministro José Sócrates respondeu, pela primeira vez num comício, às acusações do líder do PSD, que ontem denunciou que o Governo de gestão estava a fazer nomeações às escondidas e que esta terça-feira acusou o Governo de ter desviado 200 milhões de euros das contas do Estado para beneficiar o défice do Estado.

Claramente irritado com as acusações, José Sócrates começou por responder à polémica das nomeações, que segunda-feira o obrigaram a desmentir o PSD à hora do almoço e a confirmar as nomeações à hora do jantar.

«O dr. Passos Coelho ainda não compreendeu o que é o escrúpulo de um Governo de gestão e, por isso, demos instruções à Imprensa Nacional Casa da Moeda para não fazer nenhuma publicitação» das nomeações. Sócrates explicou que desde que o Governo caiu foram feitas apenas seis nomeações, «que a lei impõe» para que os serviços funcionem com normalidade.

«Este foi o Governo de gestão que menos nomeações fez desde o 25 de Abril e desde que há governos de gestão», atirou, fazendo também uma referência específica aos Executivos de Durão e Santana: «Lembro-me de um Governo que fazia nomeações a torto e a direito».

José Sócrates prosseguiu algo irado para as explicações do novo caso que o líder do PSD lançou esta manhã. Pedro Passos Coelho acusou o Governo de ter desviado 200 milhões de euros de prestações sociais de serviços do Estado de forma a não agravar o défice do sector Estado.



«Se há um serviço da administração publica não paga à Caixa Geral de Aposentações, isso significa menos despesa e também menos receita», ou seja, «vai dar ao mesmo e não tem nenhum impacto no défice».

O secretário-geral do PS ironiza sobre os conhecimentos de economia de Pedro Passos Coelho: «Qualquer economista, qualquer aluno do primeiro ano de Economia percebe o que eu estou a dizer». Por isso - «se é que isso aconteceu, não estou seguro que tenha acontecido», admitiu - é que existe a Inspecção Geral de Finanças.

Lembrando que o Estado reduziu o défice do Estado em 75 por cento nos primeiros quatro meses deste ano, o primeiro-ministro demissionário atirou de seguida: «Talvez fosse bom pensar antes de falar e talvez fosse bom informar-se antes de falar. O Dr. Passos Coelho é muito bom a fazer acusações, mas nunca o vi apresentar uma obra que fosse, que lhe pudesse dar autoridade».

Por isso, instou: «Dr. Passos Coelho, pare lá com essa política de casos, porque o verdadeiro problema destas eleições é o programa eleitoral escondido do PSD», antes de partir neste comício-almoço no Clube Académico de Bragança para os temas habituais das suas intervenções de campanha sobre o Estado Social e das propostas do PSD que o põe em causa.
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