PS recusa proposta de debate entre José Sócrates e Santana Lopes

O coordenador da campanha dos socialistas, Jorge Coelho, afirmou que «o PS mantém a sua posição de aceitar um frente-a-frente [entre Sócrates e Santana Lopes] sobre todas as matérias, incluindo a economia, e um segundo debate televisivo com cinco ou seis líderes partidários», refere a Lusa.

Em carta enviada ao coordenador nacional da campanha do PS, o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, propôs a realização de um debate entre José Sócrates e Santana Lopes que fosse especificamente dedicado à análise de temas da economia e das finanças.

«Como todos reconhecem, as questões do equilíbrio das contas públicas e do modelo de desenvolvimento económico condicionam a adopção das reformas e das medidas concretas de que Portugal tanto carece», argumentou Miguel Relvas.

Jorge Coelho recusou o repto lançado pelos sociais-democratas e acusou o PSD de estar a procurar «provocar incidentes» e «casos» neste período de pré-campanha eleitoral. «É a última vez que respondemos a estes incidentes que o PSD tenta gerar. Não vamos andar mais com esta história de carta para cá e carta para lá», reagiu Jorge Coelho, referindo-se à missiva que hoje lhe foi endereçada por Miguel Relvas.

Coelho recusou que o PS tenha medo dos debates televisivos. «O PSD é que parece ter medo de enfrentar os portugueses na campanha eleitoral. O PS não tem medo de contactar com os eleitores e, por isso, não se refugia nos estúdios de televisão», argumentou o dirigente socialista.

Questionado sobre o facto de o ex-secretário-geral do PS Ferro Rodrigues e o ex-primeiro-ministro Durão Barroso terem realizado um debate a dois exclusivamente sobre temas económicos na pré-campanha das eleições legislativas de 2002 - tal como agora propõe o PSD -, Jorge Coelho negou semelhanças entre as duas iniciativas.

«Em Janeiro de 2002, houve um debate entre Ferro Rodrigues e Durão Barroso promovido pelo jornal 'Diário de Notícias'. Este debate, caso se realizasse, partiria de uma iniciativa do PSD», argumentou o ex-ministro de António Guterres.

«Se o PSD quer conduzir uma campanha com incidentes e com casos, não contará connosco. A campanha vai ser feita com debates, mas também é preciso ir ao encontro dos eleitores», acrescentou o coordenador da campanha do PS.