Ajudas comunitárias para indústria de semi-condutores

O governador da Saxónia, Stanislav Tillich, revelou esta quinta-feira que o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, deverá apresentar, em Maio, uma proposta para facilitar o acesso a ajudas comunitárias à indústria de semi-condutores, que poderá beneficiar também a Qimonda.

O político democrata-cristão, que falava no Parlamento Regional, em Dresden, garantiu que a chanceler Ângela Merkel e o ministro federal da Economia, Karl-Theodor zu Gutenberg, são favoráveis à iniciativa.

Regras da UE impede apoios directos à Qimonda

As actuais regras da UE impedem apoios directos à Qimonda, para garantir a livre concorrência no mercado interno.

A empresa sediada em Munique, no entanto, «deve ser encarada como caso especial, porque os seus concorrentes são firmas norte-americanas e asiáticas altamente subsidiados pelo Estado», sublinhou à Lusa Wiegand Cramer, do Sindicato dos Metalúrgicos e especialista na indústria de semi-condutores.

Nova política industrial para fazer face à concorrência internacional

Na intervenção que fez esta quinta-feira no Parlamento da Saxónia, Tillich advertiu também que neste sector «é necessária uma nova política industrial» para fazer face à concorrência internacional.

Após uma reunião com Durão Barroso, em Bruxelas, na sexta-feira passada, o governador da Saxónia afirmou que Durão Barroso lhe tinha prometido «examinar a curto prazo» um requerimento sobre ajudas comunitárias à Qimonda, que tem mais de mil trabalhadores na unidade de produção de Vila do Conde.

«O Presidente da Comissão tem consciência da situação especial da indústria de micro-electrónica europeia, e a Comissão reconhece também a importância da questão», disse Tillich, à saída do encontro com Barroso.

Por seu turno, a porta-voz do presidente da Comissão, Leonor Ribeiro da Silva, disse à Lusa no final da reunião que Durão Barroso se comprometeu a abordar qualquer tentativa de salvamento e reestruturação da empresa com «mente aberta e construtiva».

Sublinhou também, no entanto, que, para que tal aconteça, é necessário que primeiro seja submetido à Comissão Europeia um «projecto concreto».

No seu encontro com Tillich, Durão Barroso «concordou plenamente» com o responsável alemão quanto à importância estratégica da indústria de semi-condutores para a Europa, tendo dado conta da intenção do executivo comunitário de apresentar um Livro Branco sobre esta indústria em Maio, acrescentou a porta-voz.