Tribunal confirma suspensão do abate de sobreiros - TVI

Tribunal confirma suspensão do abate de sobreiros

Protesto da Quercus contra abate de sobreiros

Sobreiros no Vale da Rosa ficam de pé até que seja decidido um recurso interposto pelo Ministério da Agricultura

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O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa confirmou esta quinta-feira a suspensão provisória do abate de sobreiros no Vale da Rosa, que se vai manter até que seja decidido um recurso entretanto interposto pelo Ministério da Agricultura.

Segundo revelou à Lusa o vice-presidente da Quercus, Francisco Ferreira, «o tribunal manteve a proibição de abate de sobreiros, depois de ouvidas as partes, mas, entretanto, o Ministério da Agricultura interpôs um recurso que poderá demorar vários meses a decidir».

900 sobreiros perdidos

A providência cautelar interposta pela Quercus a 9 de Fevereiro tinha como objectivo impedir o abate, já autorizado pela Autoridade Florestal Nacional (AFN), de 1.331 sobreiros, nos terrenos do futuro empreendimento urbanístico do Vale da Rosa, em Setúbal.

O Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa aceitou os argumentos da Quercus, mas a ordem de suspensão chegou tarde demais para cerca de 900 sobreiros, que foram cortados durante a manhã do passado dia 11 de Fevereiro.

A Quercus reclama a «nulidade» do despacho da declaração de imprescindível utilidade pública do Plano de Pormenor do Vale da Rosa e Zona Oriental de Setúbal I (PPVRZOSI) - assinado pelos então ministros do Ambiente, José Sócrates, e da Agricultura, Capoulas Santos -, que viabilizou o mega empreendimento do Vale da Rosa, com cerca de 7.500 fogos, zona comercial e um complexo desportivo.

«Utilidade pública?»

A associação ambientalista alega que «não foi efectuada a Avaliação de Impacte Ambiental do projecto, nem avaliadas as alternativas de localização existentes e as consequências da desflorestação de uma área superior a 50 hectares».

Por outro lado, sustenta que a «utilidade pública» se deve limitar «exclusivamente aos bens colectivos (estradas, hospitais, escolas, entre outros) e não a áreas para instalação de equipamentos de natureza privada (urbanização e centro comercial, nomeadamente), que visem apenas indirectamente viabilizar equipamentos colectivos (como o caso do estádio de futebol, objectivo político que desde o início tem sido a motivação para a aprovação do Plano de Pormenor)».

A Quercus salienta ainda que o futuro estádio municipal de futebol (que a autarquia se comprometeu a ceder ao Vitória de Setúbal) abrange apenas uma pequena parcela dos cerca de 125 hectares do Plano de Pormenor do Vale da Rosa e que se trata de uma zona onde não existe nenhum povoamento de sobreiros.
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