Liga: a figura da 27.ª jornada - TVI

Liga: a figura da 27.ª jornada

Feirense-Benfica

Benfica quase sempre feliz quando há selo de qualidade mexicano

Vinte e nove segundos: foi este o tempo de que Raúl Jiménez precisou para a acalmar o coração dos benfiquistas no jogo contra o Feirense na 27.ª jornada.

O avançado mexicano, arma letal das águias em tantas outras ocasiões, lançou-se num voo picado para o golo mal entrou em campo para render Grimaldo. Depois receber de Fejsa ainda do meio-campo defensivo, lançou Jonas na direita e teve a sagacidade de aproveitar um corte deficiente de Luís Rocha para fazer o 1-0 com um remate de primeira de pé direito.

O golo veio dar corpo ao domínio que os encarnados evidenciavam desde o início da partida mas que ainda não tinham conseguido materializar e lançou as águias para uma última meia hora de jogo sem grandes sobressaltos.

«Há jogadores que retiram mais do jogo em 30 ou 40 minutos do que em 90», afirmou Rui Vitória na conferência de imprensa após o jogo com o Feirense.

E, no caso de Raúl Jiménez, a tendência apresentada pelo mexicano sustenta a tese do treinador do Benfica: os quatro golos apontados nesta edição da Liga foram todos conseguidos depois de sair do banco de suplentes, ainda que seja importante sublinhar que só por uma vez (Marítimo: 1-1, jornada 8) o avançado foi opção inicial em jogos do principal escalão do futebol português.

Em 2017/18, Raúl Jiménez soma 491 minutos em 26 aparições no campeonato, o que lhe dá um tempo de utilização médio por jogo ligeiramente a 19 minutos. Pouco tempo mas, ainda assim, importante para ser decisivo, como comprovou no jogo de Santa Maria da Feira.

Há ainda uma tendência interessante e que ratifica a importância do mexicano, tantas vezes lançado em campo em contextos adversos, para o tetracampeão nacional: nos quatro jogos em que marcou, os encarnados somaram sempre os três pontos: Sp. Braga, Rio Ave, Boavista e, por fim, o Feirense, todos na segunda volta.

A cumprir a terceira época de águia ao peito, Raúl Jiménez foi quase sempre alternativa aos titulares. Primeiro a Jonas e a Mitroglou e, agora, ao goleador brasileiro, que habita sozinho a frente de ataque desde a alteração tática para o 4x3x3 já durante esta temporada: dos 73 jogos que soma na Liga, saiu do banco em 58 deles, não raras vezes para resgatar os encarnados de situações de aperto.

Ora, se os golos de Jiménez coincidem com triunfos esta época, é interessante estender esta análise às duas primeiras épocas para verificar que a realidade não anda lá muito distante.

São 16 golos para o campeonato traduzidos em 15 vitórias e apenas um empate (1-1), na receção ao V. Setúbal em 2016/17, noite em que saiu do banco para marcar de penálti. Ao todo, são nove os golos apontados na Liga pelo internacional mexicano (56 por cento do total) na condição de suplente utilizado, sendo o saldo dos encarnados de oito triunfos e um empate, registo que justifica o epíteto de «arma secreta» tantas vezes aplicado ao mexicano.

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