Portugal e EUA criam tecnologia de segurança da rede wireless - TVI

Portugal e EUA criam tecnologia de segurança da rede wireless

Computador [Reuters]

Tecnologia combina técnicas de codificação e "jamming", um processo que passa por causar intencionalmente ruído na rede, para impedir que um possível atacante descodifique a mensagem, mas sem comprometer a comunicação legítima

Investigadores portugueses e norte-americanos desenvolveram uma tecnologia inovadora de segurança para as redes sem fios (wireless), anunciou esta terça-feira a Universidade de Coimbra.

Uma equipa de especialistas, liderada pela Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra, desenvolveu “uma nova camada de segurança” para a wireless, afirma a Universidade de Coimbra, numa nota divulgada esta terça-feira.

A tecnologia combina técnicas de codificação e "jamming", um processo que passa por “causar intencionalmente ruído (perturbação) na rede, para impedir que um possível atacante descodifique a mensagem, mas sem comprometer a comunicação legítima”, explica a Universidade de Coimbra.

O novo mecanismo – SWING (securing wireless networks with coding and jamming) –, já com “pedido de patente internacional submetido”, resulta de cinco anos de estudos e experiências realizadas nas universidades de Coimbra e Colorado Springs, nos EUA.

O projeto foi financiado pelas fundações portuguesa e norte-americana para a Ciência e Tecnologia (FCT) e National Science (NSF), respetivamente.

Aproveitando as características físicas das redes sem fios (propagação de sinais), os especialistas desenvolveram “novos algoritmos de codificação que, em conjunto com "jammers" (espécie de papagaios que evitam que se consiga ouvir a informação enviada fazendo ruído), asseguram que a mensagem chega ao destinatário legítimo, sem que o atacante a consiga obter”, explicam João Vilela e Marco Gomes, coordenadores do projeto, citados pela Universidade de Coimbra.

Na prática, trata-se de “códigos com um duplo papel – bom e mau -, isto é, providenciam fiabilidade ao recetor legítimo e geram ruído para o possível atacante na rede”, acrescentam.

Com a massificação dos smartphones e o surgimento da promissora "internet das coisas", em que “cada vez mais atividades são realizadas com recurso às redes sem fios, como por exemplo, transações eletrónicas, monitorização para aumento de eficiência, etc., novos riscos e vulnerabilidades se colocam, sendo necessário desenvolver novos sistemas de segurança”, referem João Vilela e Marco Gomes.

“O projeto SWING acrescenta uma nova camada de segurança às redes sem fios”, concluem os dois investigadores e os docentes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.

A nova tecnologia encontra-se em fase de testes em ambiente real, em placas de "hardware" programáveis por "software", por forma a certificar a robustez dos códigos e otimizar o sistema, conclui a UC.

Continue a ler esta notícia