Conhece o conceito de speed dating aplicado ao futebol? - TVI

Conhece o conceito de speed dating aplicado ao futebol?

Football Market (Fotos: Vítor Maia)

O World Football Scout, congresso que decorre no Porto, transportou o speed dating para o desporto-rei. Sem que os conteúdos da oferta e o teor da conversa fossem controlados, os participantes tiveram um quarto de hora para oferecerem possibilidades de negócio a representantes de clubes.

«Mudar a vida das pessoas».

A mensagem do World Scouting Congress, do qual faz parte o Football Market, está por todo o lado. O evento permite aos participantes conversarem durante 15 minutos com responsáveis de vários clubes - speed dating - e apresentaram os seus serviços.

A Quest é a empresa responsável por organizar o evento que pertence ao World Scouting Congress. O diretor da organização, Emanuel Calçada, explica-nos em que consiste este inovador conceito.

«É um conceito novo relacionado com o speed dating. Os participantes têm a possibilidade de fazer negócios e criar relações com os clubes. Participam agentes de futebol, scouts e pessoas que tenham serviços para oferecer aos clubes. O objetivo é promover relações e negócios», elucida, em conversa com os jornalistas.

Mas afinal que tipo de serviços são oferecidos durante 15 minutos?

«De todo o tipo. Não pontuamos o conteúdo da oferta nem o teor da conversa. Sabemos que as pessoas têm interesse em apresentar os seus produtos aos clubes. O perfil médio do cliente está ligado ao scout. Mas, há empresas de software, de serviços de logística, de segurança. Há um pouco de tudo. Há também clubes que vieram criar relação com outros», responde o responsável pelo evento.


Na multidão que aguarda o início do evento está Carlos, um dos quarenta participantes no evento, segundo dados da organização. Com um caderno por baixo do braço esquerdo, passa os olhos pela sala e olha para o relógio, não disfarçando o nervosismo. Não é para menos. Afinal, Carlos está prestes a iniciar uma simples conversa que pode alterar completamente a sua vida.

«Quero sentar-me com os clubes e apresentar uma estrutura de scout. Já tenho experiência na área, mas quero crescer. Espero que alguns estejam recetivos a isso. No entanto, este evento também me permite abrir portas, receber críticas ao meu projeto para, mais tarde, desenvolvê-lo. Mesmo que não consiga nada, não é o fim», diz o participante ao Maisfutebol.

As portas da sala abrem-se, os participantes entram e encontram os representantes dos clubes distribuídos por várias mesas, identificados com camisolas. Tic-tac, tic-tac. O gigante relógio eletrónico começa a contagem decrescente e as conversas iniciam-se. 

Há quem apresente os seus produtos num computador, outros optam pelas tradicionais folhas de papel. A organização alerta para o final do tempo. Há uma pausa de cerca de dez minutos antes dos participantes trocarem de mesa e tentarem convencer outros clubes.

Algumas das camisolas presentes na sala onde os participantes cumpriram a pausa de 10 minutos estabelecida pela organização.

A maioria prefere permanecer na sala imediatamente ao lado, onde são exibidas camisolas autografadas de Pelé e Maradona, entre as de outras lendas. É nesse espaço que Carlos está. Não foi bem-sucedido da primeira vez, mas vai continuar a tentar.

«Percebi que o clube não estava interessado em criar uma verdadeira estrutura de scout. Disseram-me que dependia da subida de divisão. Nem sequer lá estive os quinze minutos. Vamos ver da próxima vez», conta.

Na mesma sala, mais afastado está Tiago Matias, um agente de jogadores em início de carreira, que explicou o propósito da participação no Football Market.

«Inscrevi-me para apresentar os jogadores que tenho aos clubes. Ficam a conhecê-los e quem sabe não os vão observar mais tarde. É também uma maneira de saberem quem sou e ficarem a conhecer o meu trabalho», refere ao nosso jornal.

É hora de entrar outra vez. Quem sabe a próxima conversa muda as suas vidas.

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